Forças de segurança colombianas capturaram o suposto “czar” da produção e distribuição da droga sintética conhecida como “cocaína rosa” no país.
A Polícia Nacional da Colômbia capturou recentemente, Hector Alonso Castro Franco, 38, na cidade de Pereira, Colômbia, em um shopping center, segundo as autoridades. Largo é uma figura de liderança nos grupos criminosos Los Machos e Los Urabeños, conhecido como o suposto “czar” da produção e distribuição da droga sintética conhecida como “cocaína rosa” (2C-B) no país.
Antes de sua captura, Hector Largo era o maior distribuidor de drogas sintéticas na Colômbia, de acordo com investigadores da Diretoria de Investigação Criminal da Polícia Nacional Colombiana e da Interpol.
Os perigos da “cocaína rosa”
A cocaína rosa, também conhecida como “Vênus” e “Nexus”, é uma droga alucinógena, produzida inicialmente na Europa. Os usuários podem ingeri-la em pó ou em forma de pílula. Os efeitos da cocaína rosa foram descritos pelos usuários como uma mistura entre ecstasy e LSD.
A cocaína rosa tornou-se a droga preferida entre os usuários das áreas urbanas da Colômbia, superando a cocaína comum, de acordo com as autoridades. A droga ganhou popularidade apesar de custar até US$ 75 por dose, em comparação com US$ 5 do grama de cocaína comum.
As drogas sintéticas são atraentes para os grupos do crime organizado, porque são mais fáceis de produzir e transportar do que a cocaína comum, além de atingir preços muito mais elevados.
Hector Largo supostamente comandava redes de distribuição de drogas sintéticas em Bogotá, Medellín, Cartagena e Barranquilla, segundo as autoridades. Ele estaria criando uma rede de distribuição para as drogas na cidade de Pereira quando agentes da Polícia Nacional o capturaram, de acordo com informações da mídia.
Hector Largo suspeito de assassinatos
As autoridades suspeitam que Hector Largo não só produziu e distribuiu cocaína rosa, mas também participou de vários homicídios no Vale do Cauca, onde a produção da droga sintética estava localizada, de acordo com informações da imprensa.
Hector Largo é afiliado aos Machos, uma gangue colombiana, e aos Urabeños, uma organização internacional de tráfico de drogas.
Os Machos eram o braço armado do cartel Norte do Vale, mas foram absorvidos pelo grupo Los Urabeños.
A rede de distribuição de drogas sintéticas dirigida por Hector Largo já havia sido liderada por Hector Mario Urindola, também conhecido como “Chicho”. Ele era o líder dos Machos no Vale do Cauca.
De Chicho a Hector Largo
Hector Largo assumiu a rede de distribuição após os agentes da Polícia Nacional da Colômbia capturarem Chicho, em janeiro de 2013. Chicho supostamente comandava uma série de laboratórios clandestinos de drogas no Vale do Cauca para produzir cocaína rosa. Ele também criou redes de distribuição nas principais cidades da Colômbia.
Aumento da demanda
Hector Largo vinha tentando capitalizar o aumento da demanda por drogas sintéticas em áreas urbanas da Colômbia. O aumento se reflete no número de apreensões de drogas sintéticas realizadas pela polícia em 2013.
A polícia colombiana apreendeu quase 185 mil doses de drogas sintéticas em 2013 – mais que o dobro do total de 2012.
As vendas de cocaína rosa estão em alta porque a droga tem produção mais barata, diz Yadira Gálvez, analista de segurança da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
“As drogas sintéticas são mais fáceis e mais baratas de produzir”, afirma Yadira. “A cocaína rosa tem uma forte posição no mercado de drogas ilícitas.”
Sucesso da Polícia Nacional Colombiana
Forças de segurança colombianas estão trabalhando para combater o aumento da produção e do uso de drogas sintéticas, diz a analista de segurança.
“A captura do czar da cocaína rosa é mais um sucesso da Polícia Nacional da Colômbia, que está fazendo um bom uso da inteligência”, avalia Yadira. “É mais um exemplo de como a Colômbia conseguiu fortalecer seu aparato de segurança.”
As forças de segurança colombianas também têm obtido grandes avanços na erradicação do cultivo e da produção da cocaína, afirma Yadira.
As forças de segurança devem continuar sua vigilância, diz a analista de segurança.
“As autoridades colombianas continuam a lutar contra grupos do crime organizado”, destaca Yadira. “O governo colombiano vai continuar a fortalecer suas forças de segurança nas cidades.”
Essa matéria foi originalmente publicada no Diálogos
Julieta Pelcastre contribuiu para esta reportagem.