Uma organização chinesa pró-democracia começou uma campanha para arrecadar fundos para uma estátua de Li Wangyang, o ativista da democracia cuja morte suspeita desencadeou revolta pública generalizada recentemente.
Tang Baiqiao, o presidente da Academia da Democracia da China, sediada em Nova York, anunciou num comunicado de imprensa sua decisão de levantar fundos do público para construir uma estátua de Li, “para levar adiante seu espírito inabalável”.
A estátua será construída nos Estados Unidos e exibida em Hong Kong e, possivelmente, até mesmo transferida para a cidade natal Li Wangyang em Shaoyang ou para a Praça da Paz Celestial, “quando a China adquirir a liberdade que ela tanto merece”, disse o comunicado de imprensa.
Li foi preso pelo regime chinês por mais de duas décadas depois que tentou criar um sindicato independente durante o movimento democrático de 1989. Ele foi libertado em maio de 2011, cego, aleijado e quase surdo devido à tortura que sofreu na prisão.
Em 6 de junho, Li foi encontrado morto num aparente suicídio no hospital onde estava sendo tratado por diabetes e doenças cardíacas. As autoridades rapidamente levaram seu corpo e o cremaram sem a aprovação da família.
Membros da família de Li afirmaram que ele era aleijado e fraco demais para se enforcar da forma alegada pelas autoridades. Poucos dias antes, ele mesmo declarou numa entrevista na televisão que nunca se arrependeria de promover a democracia na China, “mesmo se eu fosse decapitado”.
Sua morte provocou indignação pública generalizada. Quatro dias depois de sua morte, mais de 25 mil pessoas tomaram as ruas em Hong Kong para protestar contra sua morte e exigir uma investigação formal das autoridades.