Enquanto as últimas notícias oficiais na China dizem que o surto da gripe aviária H7N9 está sob controle, um novo estudo internacional sugere maiores cautelas.
Segundo dados oficiais chineses, o vírus custou até agora 36 vidas, entre 131 casos, principalmente em pessoas com exposição a aves, e não há novos casos humanos desde 8 de maio. Houve alguns casos de vítimas numa mesma família, sugerindo a possibilidade de transmissão entre humanos.
Publicado na revista Science em 23 de maio, um novo estudo enfatiza que o vírus é “contagioso e transmissível em mamíferos”, acrescentando que a transmissão entre humanos pode ser possível “em condições adequadas”.
“Este é um vírus mais infecciosos – tem maior transmissibilidade intrínseca [entre mamíferos] – do que a maioria dos vírus da gripe aviária que vimos no passado”, disse o Dr. Richard Webby, coautor do estudo do Hospital St. Jude de Pesquisa Infantil, em Memphis, EUA, à NPR.
“Numa escala de 1 a 10 – de um vírus aviário sem potencial para infectar seres humanos a uma variante plenamente adaptada a humanos – não sabemos exatamente onde estaria o H7N9”, acrescentou Webby. “Mas acho que podemos dizer com segurança a partir desses dados que estaria mais perto de 10 do que os vírus aviários que vimos infectando seres humanos na última década.”
Usando furões e porcos como modelos de mamíferos, a pesquisa mostra que o vírus se espalha facilmente quando os furões estão em contato próximo, ou seja, tocando-se, tossindo e trocando fluidos corporais.
“Este estudo foi projetado para nos dar pistas sobre a transmissão do H7N9 que afetou algumas pessoas na China”, explicou o coautor David Kelvin da Universidade de Toronto num comunicado de imprensa. “Os animais utilizados neste estudo tiveram sintomas clínicos muito leves como resultado da exposição ao vírus e ficou claro que o contato muito próximo era necessário para a transmissão. Também parece que esse vírus em sua forma atual não é transmissível por via aérea.”
Kelvin acrescentou que, embora a pesquisa tenha sido realizada em animais, “profissionais de saúde correm risco de transmissão, pois estão em contato próximo com as pessoas”.
Os pesquisadores também observaram que ambos os furões e porcos transmitiram o vírus antes que mostrassem sinais clínicos de infecção, sinalizando que a doença pode se espalhar mesmo quando os animais parecem saudáveis.
“Há certa preocupação em minha mente de que a urgência de fazer algo sobre isso desaparecerá”, disse o Dr. Webby à NPR. “Nós realmente precisamos controlar esse vírus e removê-lo das populações animais. Caso contrário, ele não será eliminado.”
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