GreatFire, uma organização voltada à liberdade da internet na China, está sofrendo ataques cibernéticos de grande escala que ela acredita ser uma retaliação por estar comprometendo a campanha de censura na Internet revivida pelo Partido Comunista Chinês, PCC.
O serviço da GreatFire permite que internautas chineses possam burlar a censura online do PCC. Para isso, a GreatFire cria versões-espelho de sites bloqueados na China para que os internautas chinesas possam ver o conteúdo desses sites e também usarem serviços de outra forma indisponíveis, tais como China Digital Times e Google.
“Nós não sabemos quem está por trás do ataque. No entanto, o ataque coincide com o aumento da pressão sobre a nossa organização ao longo dos últimos meses”, informou um comunicado no site da GreatFire.
A Agência de Gerenciamento do Ciberespaço do regime chinês, recentemente, classificou GreatFire como “um site anti-China” e acusou-o de ter sido criado por “uma organização anti-China no exterior”. O Partido Comunista Chinês comumente rotula grupos que criticam a censura e as violações dos direitos humanos como sendo “anti-China”.
A Agência de Gerenciamento do Ciberespaço está pressionado os parceiros da GreatFire para que parem de trabalhar com eles.
GreatFire foi recentemente destaque no Wall Street Journal e, na última semana, o site de notícias Repórteres Sem Fronteiras usou o serviço da GreatFire (disponível gratuitamente) para acessar o conteúdo de nove sites bloqueados.
Em 19 de março, a GreatFire anunciou que suas páginas na web, incluindo seus sites-espelho, estavam sendo alvo de ataque de negação de serviço (DDoS), um tipo de ataque que pode colocar sites fora do ar.
Charlie Smith (pseudo-nome) da GreatFire disse ao Epoch Times em um e-mail que, enquanto o ataque causa problemas, de outra perspectiva, se os ataques estão sendo lançados pelo regime chinês para parar o serviço, “eu considero que esse ataque mostra que a nossa estratégia de liberdade garantia na Internet está funcionando”.
“Parece meio louco, eu sei”, disse Smith, acrescentando que “a má notícia, claro, é que, a fim de nos impedir de disponibilizar informações censuradas na China, a única opção que resta ao regime chinês é lançar ataques DDoS”.
Os ataques começaram em 17 de março. Os sites da GreatFire receberam 2,6 bilhões de solicitações de acesso por hora (DDoS, sobrecarga por falsas solicitações de acesso), o que é cerca de 2.500 vezes o nível habitual.
“Este tipo de ataque é agressivo e é uma forma de censura pela força bruta. Atacantes recorrem a táticas como essa, quando ficam sem outra opção”, afirmou Smith.
“Não estamos equipados para lidar com um ataque DDoS dessa magnitude e precisamos de ajuda”.
Devido aos custos de tráfego (hospedagem do site) induzidos pelo ataque DDoS, o custo chega a US$ 30.000 por dia. “A Amazon, que é o serviço de hospedagem usado por nossos sites, ainda não confirmou se ela absorverá esses custos”. “Se a Amazon não absorvê-lo, isso vai criar a um aperto significativo em nossas operações”.
GreatFire está pedindo ajuda à Amazon e para que fique “do lado da liberdade de expressão”. Está pedindo que seus usuários apoiem isso: “Diga à Amazon que você acha que a liberdade de expressão é uma questão importante; lembre à Amazon de que, como uma empresa líder na Internet, ela tem um “papel importante no acesso à informação”.
Smith disse que a GreatFire tem mantido contato com o seu gerente de conta na Amazon e observa que ele “tem sido extremamente solicito no sentido de tentar nos ajudar a encontrar uma solução”. No entanto, ainda não receberam uma resposta positiva.