Liu Xinwen, uma mãe chinesa grávida, foi arrastada de sua casa e forçada a abortar porque violou a política do filho único do Partido Comunista Chinês (PCC).
Liu, de 33 anos, daria à luz em cerca de três meses, disse ela à Sky News numa entrevista exclusiva. No entanto, na sexta-feira, funcionários da Secretaria de Planejamento Familiar da província de Shandong invadiram sua casa, vencendo a resistência de seu esposo Zhou Guoqiang e levaram-na consigo.
O casal disse que os funcionários arrombaram a porta da casa às 4h da madrugada e arrastaram Liu da cama. Zhou disse que foi mantido pressionado contra o chão enquanto levavam sua esposa.
Ela foi levada para o Hospital Popular do distrito de Fangzi, na cidade de Weifang, e foi injetada com uma droga que induz o aborto. Seu bebê morreu e foi retirado no dia seguinte. “Eles não têm qualquer humanidade. Eles não são seres humanos”, disse Liu sobre os funcionários que a obrigaram a abortar. “Eles devem ter filhos e os pais também. Mas eles não têm qualquer consciência. Assim é a China.”
A Sky News postou uma imagem de Liu no hospital. Ao lado dela havia um balde com o feto natimorto. “Eu não cheguei a vê-lo. Eu ficaria ainda mais abalada se tivesse visto”, disse ela. “Bebê, eu sinto muito. Nós não pudemos estar juntos. Descanse em paz no céu. Oraremos por você. Esperamos que sua próxima vida seja melhor.”
Descrevendo a criança, Zhou disse: “Seu nariz, orelhas e boca estavam completos. É uma criança que teria vivido se não fosse abortada à força e por crueldade. Veja, suas mãos são claras.”
“Depois disso, eu não queria que minha esposa testemunhasse meu choro. Eu saí e chorei, mas apenas por um tempo, pois precisava voltar para consolá-la. Ela está muito triste e chora dia e noite”, acrescentou ele. O casal tem um filho de quase um ano, mas Liu disse que planejava ter mais um e pagar a multa estatal atribuída ao segundo filho.
No ano passado, fotos de uma mulher chinesa que foi forçada a abortar circularam amplamente no Weibo e em outros sites de mídia social. Na época, os internautas chineses ficaram furiosos e criticaram fortemente a controversa política do filho único, que tem sido implementada desde 1979. “Eu podia sentir o bebê pulando dentro de mim o tempo todo, mas então ele deixou de se mover”, disse a mãe Feng Jianmei em junho de 2012.