Oficiais do regime pretendem obrigá-la ao aborto
Uma mulher na província centro-sul chinesa de Hunan está programada para receber uma multa de 200 mil yuanes (31.400 dólares) se der à luz a seu segundo filho, foi relatado na terça-feira passada. (Em 2010, a renda familiar média urbana na China, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas da China era de 21.033 yuanes ou 3.302 dólares por ano.)
Cao Ruyi, uma residente da cidade de Changsha, capital de Hunan, tem estado constantemente preocupada depois que engravidou de seu segundo filho há cinco meses.
Na semana passada, cerca de uma dúzia de policiais e o secretário de planejamento familiar do Partido Comunista Chinês (PCC) em Changsha invadiram a casa de Cao e levaram-na para um hospital próximo para realizar um aborto forçado. Ela também foi espancada durante o incidente.
No domingo, 10 de junho, ela e o marido foram obrigados a assinar uma carta garantindo que não terão outro filho e tiveram de pagar uma garantia de 10.000 yuanes (1.570 dólares), que eles só podem resgatar se ela fizer um aborto no sábado, 16 de junho. Segundo a NTDTV, as autoridades ameaçaram o casal com uma multa de 200 mil yuanes se ela tiver o filho.
“[Nós] só podemos esperar os resultados no dia 16. [Se] formos capazes de pagar, então, vamos pagar, de outra forma, não há mais nada que possamos fazer. [Temos que] proteger a criança em primeiro lugar, assim, vamos ver o que acontece”, disse Li Fu, o marido de Cao, à NTDTV.
“Isso acontece quase todos os dias em vários lugares. Muitas áreas rurais não têm como fazer seus gritos de socorro serem ouvidos pelo mundo exterior, para atrair a atenção internacional. Existem mais de 25 mil casos como esse todos os dias”, disse Bob Fu, presidente da Ajuda à China, segundo a NTD.
Outros relatos sugerem que Cao teria de pagar 150 mil yuanes (24 mil dólares) de multa. Chai Ling, chefe do grupo de defesa ‘All Girls Allowed’, disse ao The Australian que Cao teria de pagar por ser um “fardo social”, acrescentando que ela foi liberada pelos oficiais do planejamento familiar.
O caso de Cao atraiu a atenção internacional, especialmente do Departamento de Estado dos EUA.
Victoria Nuland, a porta-voz do Departamento de Estado disse em entrevista coletiva em 11 de junho que seu gabinete está “preocupado com estes relatórios” de que Cao seja forçada a fazer um aborto ou pagar uma multa.
“Contatamos as autoridades chinesas em Pequim para perguntar sobre esta questão”, disse Nuland. “Não fazemos qualquer segredo que os Estados Unidos se opõem fortemente a todos os aspectos das políticas chinesas de limitação coerciva de nascimentos, incluindo o aborto forçado e esterilização.”