Grandes empresas demitem funcionários enquanto economia da China desacelera

15/07/2013 14:41 Atualizado: 15/07/2013 14:44
Uma economia lenta desencadeia uma cascata de demissões
Jovens numa feira de emprego no Centro Internacional de Conferências e Exibições para a Paz na cidade de Hangzhou, província de Zhejiang. Enquanto a economia chinesa desacelera, muitas empresas domésticas e estrangeiras na China começaram a demitir funcionários, aumentando as preocupações e o número de desempregados (ChinaFotoPress/Getty Images)

Muitas empresas nacionais e estrangeiras na China estão demitindo seus funcionários num esforço para cortar custos em meio à desaceleração da economia do país, provocando uma onda de desemprego, segundo artigos recentes da mídia estatal chinesa.

Do final do ano passado até o primeiro semestre desse ano, Avon, Motorola, IBM, HSBC Life Insurance Company, Hewlett Packard e Siemens reduziram seus funcionários, enquanto empresas domésticas chinesas como Zoomlion Heavy Industry e o Grupo Sany, pesos pesados na indústria de construção de maquinaria, estão usando métodos diversos para forçar seus empregados a deixarem os empregos, segundo um artigo de sexta-feira no Primeiro Diário Financeiro.

A empresa de cosméticos norte-americana Avon fechará uma dúzia de suas filiais na China, demitindo 100 a 200 funcionários, enquanto a China Rongsheng Heavy Industries, uma grande empresa de construção naval, planeja reduzir seus funcionários de 11,5 para 8 mil.

Uma fonte disse ao Beijing Business Today que a Zoomlion tem pressionado seus funcionários a deixarem seus postos de trabalho, por exemplo, atribuindo-lhes funções indesejáveis. Se os funcionários não concordam, então, a empresa negocia a rescisão do contrato de trabalho e o trabalhador perde a compensação por despedimento.

Enquanto isso, a Sany pediu a seus funcionários para preencherem um “formulário de interrupção do pagamento e manutenção do cargo”, fazendo parecer que eles mantêm seus postos de trabalho, embora não sejam mais remunerados. “Eles fazem isso para evitar o risco de violar a lei e assim fogem das responsabilidades econômicas que devem assumir”, disse a fonte.

O portal da internet chinesa NetEase também informou que o Grupo Sinovel Wind, o maior fabricante chinês (e segundo do mundo) de turbinas eólicas, forçou 350 funcionários a tirarem férias em novembro passado, pagando-lhes um subsídio mensal de 1.080 yuanes (US$ 176 dólares).

Um funcionário sênior da indústria de construção de maquinaria chinesa disse ao Beijing Business Today que, devido ao aperto do capital nessas empresas e a recusa dos bancos em concederem empréstimos, muitas empresas estão demitindo funcionários para reduzir custos.

O Sr. Wang, que trabalha no setor de serviços financeiros em Pequim, disse ao Epoch Times que o fenômeno atual de redução de pessoal se tornou comum: “A área onde trabalho no Soho New Town é considerada o distrito comercial central e há muitas empresas aqui. Frequentemente, eu ouço discussões sobre que empresa está demitindo funcionários novamente. No início do ano, eu planejava mudar de emprego, mas, vendo essa situação, permanecerei onde estou por enquanto. “

O recém-graduado Xiao Li disse que as perspectivas de emprego são sombrias: “Não temos muita experiência na sociedade, então, procurar um emprego já é difícil. Agora, há muitas empresas que não estão contratando ou até estão demitindo seus funcionários. Algumas empresas oferecem uma a duas semanas de período probatório, mas não há remuneração. Na verdade, eles só querem usá-lo de graça e, quando a hora chega, eles encontram uma desculpa para demiti-lo.”

Wu Jiang, diretor da Academia Chinesa de Ciências Pessoais, disse ao Diário Financeiro que não está otimista sobre as perspectivas de emprego pelos próximos anos. Poucos postos de trabalho abrirão, o que forçará os desempregados a ingressarem no mercado de trabalho de baixos salários.

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