Grande mídia norte-americana está à beira do abismo, afirma pesquisa

12/05/2014 12:47 Atualizado: 12/05/2014 18:42

Os números são ruins. Muito ruins.

Ser proprietário de um jornal nos dias de hoje é ser proprietário de um elefante branco. Com a ressalva que elefantes brancos não possuem um sindicato. Os números da American Enterprise Institute contam a história.

Linha azul: Apenas Jornais Impressos; Linha vermelha: Incluindo Publicidade Digital e Outras (Reprodução)
Linha azul: Apenas Jornais Impressos; Linha vermelha: Incluindo Publicidade Digital e Outras (Reprodução)

O gráfico atualizado acima mostra dados anuais referentes ao período de 1950 a 2013 em valores corrigidos pela inflação (2013). A linha azul representa o total da receita anual ligada a anúncios em jornal impresso (para as três categorias: nacional, varejo e classificados), e é exibido no gráfico em bilhões em dólares de 2013. As receitas da publicidade em jornal impresso num valor de apenas US$ 17.3 bilhões de dólares em 2013 [indica uma] queda para o menor nível da publicidade impressa desde que a Newspaper Association of America começou a coletar os dados do setor em 1950. Ajustados ao dólar de 2013, as receitas de publicidade do ano passado foram $2.7 bilhões (e 13.5%) abaixo dos US$ 20 bilhões gastos em 1950, há 62 anos. A [receita da] publicidade impressa ano passado ficou praticamente US$ 2 bilhões abaixo do patamar de US$ 19.2 bilhões em 2012, primeiro ano em que a receita ligada a publicidade impressa caiu abaixo dos níveis de 1950.

O declínio na propaganda em jornais impressos para o menor patamar em 63 anos é [um dado] impressionante por si só, no entanto, o declínio abrupto em anos recentes é embasbacante. A receita de publicidade em jornais impressos caiu mais de 50% apenas nos últimos cinco anos, de US$ 37.6 bilhões em 2008 para apenas US$ 17.3 bilhões no ano passado; e praticamente 70% ao longo da última década, do pico de US$ 56.9 bilhões em 2003.”

Este é o abismo. E os jornais americanos correm em direção a ele.

Um relatório de 2011 do IBISWorld sobre “Setores Moribundos” identificou a publicação de jornais como uma das dez indústrias à beira da extinção nos Estados Unidos.

Porém ainda não acabou. Canais de notícia na TV a Cabo serão os próximos.

A MSNBC é uma “Air America” e seus funcionários sabem disso. Estes não estão pensando mais na emissora como um espaço para [uma relação de] longo prazo, mas como uma plataforma para um outro espaço [emissora]. A CNN está fazendo uma transição para o info-tretenimento. E a FOX News segurará as pontas mais um tempo. (‘Air America’ foi um portentoso projeto de programa de rádio esquerdista que pretendia ser irradiado por mais de 500 emissoras afiliadas nos Estados Unidos. Acabou sendo um fracasso de público, crítica e patrocínio.)

Isto não significa que a Grande e Estridente Voz da Mídia Esquerdista está morta. Porém, isto significa que eles estão perdendo muita da sua autoridade. Os números relativos à credibilidade são pobres e estão cada vez mais dependendo de histrionismo e volume. Até então isso tem funcionado. Certamente isso auxiliou o Obama, mas, na internet, confiar demasiadamente em volume é arriscado.

As mesmas barreiras que entrincheiraram a autoridade da mídia da grande mídia em meios impressos ou na televisão e no rádio são muito mais frágeis na internet. Aqui eles poderão ser derrotados. A acomodação dos mídia à internet sequestrou amplamente a autoridade moral e intelectual [dos mídia até então]. Seus portais tem mais dinheiro e atraem anunciantes maiores, porém estas podem ser apenas vantagens temporárias.

Francis Lauer é tradutor

Essa matéria foi originalmente publicada pela Mídia Sem Máscara