Um grande desenvolvedor de terra está sentindo os efeitos de um mercado imobiliário de risco que o deixou na mão quanto a contratos imobiliários com Binjiang, um distrito da cidade de Hangzhou, província de Zhenjiang, leste da China.
A China Metallurgical Group Corporation (MCC), uma empresa de engenharia e construção imobiliária, outrora a maior investidora no programa habitacional de baixa renda da China, agora quer sair desse negócio para escapar de montanhas de dívida.
Em 30 de novembro de 2012, a parcela de terra chamada Xiaguan-Binjiang Número 2 foi vendida em leilão por 5,62 bilhões de yuanes (US$ 917,6 milhões). A única licitante foi a ‘Nanjing Old Riverside Construction Investment Company’, uma subsidiária da MCC. A mesma empresa comprou duas parcelas adjacentes chamadas Binjiang Número 1 e Binjiang Número 3 em 2010. A área total dos três pedaços de terra é superior a 100 hectares. Fontes estimam que o investimento total foi de mais de 20 bilhões de yuanes (US$ 32,7 bilhões).
Funcionários explicaram que o leilão foi realizado em 2010 para promover a urbanização em Binjiang. Posteriormente, foram criados regulamentos para negar os direitos à terra a terceiros. Agora, os analistas da indústria acreditam que as novas regras foram devido a graves perdas de investimentos da MCC.
A China Investment Securities realizou uma pesquisa mostrando que outros negócios de engenharia e construção da MCC enfrentavam dificuldades, mas o sucesso dos projetos de apartamentos para famílias de baixa renda atraíram a empresa para fazer o arriscado investimento.
A MCC desenvolveu um método de colaboração entre o governo, empresas e instituições financeiras, em que o governo coordena a demolição e a realocação, seguido pelo investimento das empresas nos projetos de habitação e, em seguida, as instituições financeiras fornecem o financiamento adicional necessário para os projetos. Como uma empresa central, a força financeira e o poder de empréstimo da MCC foram altamente valorizados pelo governo local.
O governo local depende da venda de terras para ter receita para recomprar os complexos de apartamentos acabados da MCC ou para transferir o capital pago antecipadamente pela MCC. Mas o governo não pode suportar a rápida conclusão dos projetos, resultando na inadimplência dos empréstimos.
Um ex-funcionário da MCC disse ao Economic Observer que o governo local não poderia recomprar os apartamentos acabados por causa de seus regulamentos em constante mudança e da redução da receita fiscal imobiliária.
Em janeiro de 2013, a empresa lançou um relatório financeiro mostrando uma perda de 7,2 bilhões de yuanes (US$ 1,176 bilhões) em 2012. Seis meses depois, num relatório financeiro semestral concluído em 30 de junho de 2013, as prospecções líquidas de longo prazo da MCC foram de 31,016 bilhões de yuanes (US$ 5,066 bilhões), um aumento de 32,02% sobre o valor do fim de 2012 e uma perda equivalente a mais de 30% dos ativos não líquidos da empresa.
O relatório se baseia em termos de contas a receber de contratos habitacionais para financiamentos antecipados de mais de um ano. Como uma grande quantidade de dívida não pode ser cobrada, a MCC teve de prorrogar seu período de amortização da dívida, enquanto seus custos financeiros subiram.
O Economic Observer informou que, em julho, Liu Fuming, o CEO da MCC Real Estate Group Co. Ltd., disse que a empresa decidiu no ano passado abandonar os projetos de apartamentos de baixa renda. Apesar dos 5,5 bilhões de yuanes (US$ 900 milhões) recuperados, ainda há muito dinheiro investido nesses projetos e nenhum sinal de pagamento à vista.