Governo venezuelano rechaça recontagem dos votos

01/05/2013 13:18 Atualizado: 01/05/2013 13:18
Membros do Congresso venezuelano agrediram fisicamente aos legisladores da oposição, destituíram-nos das comissões permanentes, removeram seus direitos de expressão e suspenderam seus salários
Manifestação a favor da contagem dos votos na Venezuela (Johan Ordonez/AFP/Getty Images)

Apenas terminou a retransmissão dos acordos de cooperação assinados entre Venezuela e Cuba no sábado, Tibisay Lucena, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), veio à frente para anunciar que critérios foram usados na “verificação cidadã” sobre as eleições presidenciais de 14 de abril, informou o El País.

O anúncio de Lucena – transmitido no sábado à noite no rádio e televisão nacionais – ignorou o pedido da oposição de revisar os cadernos eleitorais, fundamental para comprovar a autenticidade da votação.

Lucena, que argumenta ser impossível fazer uma recontagem nos termos da oposição, enviou uma mensagem pública a Henrique Capriles, dizendo que se isso não o satisfazia que ele se dirigisse ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ), outra agência estatal controlada pelo governo chavista, informou o El Pais.

A impugnação deve ser apresentada antes de 6 de maio, mas os truques da justiça venezuelana são conhecidos para atrasarem o processo e esfriarem os protestos da oposição.

“O problema com a Sra. Lucena é que ela recebe ordens de seu partido (PSUV) e eles não querem auditoria, é impossível que a Sra. Lucena faça algo contrário à ordem dada por seu partido, pois o país saberia a verdade”, respondeu Capriles à mensagem de Lucena. “Eles acreditam que os venezuelanos são estúpidos”, citou a Globovisión.

“Aqui ninguém se cansa, é agora que precisamos continuar a construir o caminho de todos. Continuar a lutar pela verdade. Faremos tudo o que temos dito”, disse Capriles.

Por outro lado, continuam os abusos do governo de Maduro contra a oposição. O deputado da oposição William Dávila, que foi atacado na semana passada por deputados oficialistas, informou que está sendo perseguido na Assembleia Nacional (AN) por legisladores oficialistas. Dávila, que recebeu 16 pontos como resultado de uma agressão armada do oficialismo, qualificou de “frente militar” a Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional, informou a Web Terra.

“Peço a todos os parlamentares do mundo, aos parlamentares da América Latina, do Mercosul, da União de Nações Sul-americanas (UNASUL), aos deputados europeus […] que efetivamente façam um pronunciamento de solidariedade pelo parlamento venezuelano”, desabafou Dávila.

“Como vamos pagar fantasmas? Se eles não trabalham…”, com esta afirmação Cabello justificou não pagar os salários de parlamentares da oposição. Este anúncio foi feito na sexta-feira num discurso no estado de Anzoategui, este é o último dos abusos contra a oposição ao governo chavista.

Na terça-feira, “negaram o direito de expressão” aos legisladores que não reconhecem Nicolás Maduro como presidente e, na quarta-feira, “retiraram das comissões permanentes todos os legisladores da oposição”, substituindo-os por legisladores oficialistas, relatou a mídia Perú 21.

A oposição qualificou de ilegal e atitude inédita de Cabello. “Isso não é mais do que uma chantagem vulgar, uma extorsão”, disse o deputado da oposição Carlos Berrizbeitia.

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