Governo venezuelano ameaça represálias contra os Estados Unidos

24/04/2013 17:30 Atualizado: 25/04/2013 15:22
O governo venezuelano ameaçou os Estados Unidos (Juan Barreto/AFP/Getty Images)

O chanceler venezuelano Elias Jaua ameaçou na segunda-feira os Estados Unidos com medidas de ordem “comercial, energética, econômica e política”, caso Washington sancione a Venezuela por esta repudiar as recomendações de recontagem dos votos das últimas eleições.

“Se os Estados Unidos apelarem ao expediente de sanções econômicas ou de qualquer outra índole, tomaremos medidas de ordem comercial, energética, econômica e política que consideremos necessárias para responder fortemente a esta ameaça inaceitável para a Venezuela”, disse Jaua, segundo a mídia AVN.

De acordo com a agência estatal venezuelana, os EUA são o maior comprador de petróleo da Venezuela, adquirindo 900 mil barris diários de petróleo. Em ambos os países há uma falta de embaixadores do outro lado desde 2010.

Estas declarações são uma resposta à entrevista na CNN espanhola, neste domingo, de Roberta Jacobson, secretária de Estado norte-americana para a América Latina, que afirmou ser urgente que o governo de Maduro faça uma recontagem dos votos e assim restaure a confiança e resolva a divisão na Venezuela, informou a AVN.

Roberta Jacobson expressou que pelo menos “metade dos venezuelanos não têm confiança no resultado” de 14 de abril em que Nicolás Maduro foi eleito presidente da Venezuela por cerca de 200 mil votos.

Jacobson pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para “recontar os votos”, ecoando a posição assumida pelo candidato derrotado Henrique Capriles.

O secretário de Estado norte-americano John Kerry também insistiu na contagem dos votos, mas pediu que não se “fechassem as portas” entre os dois países, informou a imprensa local.

Kerry explicou que ainda não está pronto para reconhecer a vitória de Nicolás Maduro e “deixaria uma porta aberta com a esperança de que talvez alguma coisa mude em relação à Venezuela. Mas por enquanto não estamos no melhor momento”, citou a mídia El Día.

Por outro lado, o candidato presidencial Enrique Capriles informou que se faria uma auditoria dos votos e destacou os abusos durante as eleições, que foram notificados à CNE.

“Auditoria é auditoria. O povo venezuelano e o mundo concordam com isso. Vejamos os cadernos de votação”, comunicou Capriles na rede social.

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