O governo está dizendo aos hotéis para manter seus preços em níveis razoáveis à frente dos grandes eventos esportivos que o país receberá ou enfrentar as consequências.
De acordo com um estudo divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur, o Rio de Janeiro foi a terceira cidade do mundo com preços mais altos dos hotéis, ultrapassando normalmente cidades consideradas caras, como Nova York e Paris.
O custo médio da diária nos hotéis do Rio de Janeiro foi de US$ 246,71, atrás apenas de Miami, US$ 293,57 e Punta Cana, na República Dominicana, US$ 278,90. Os custos foram encontrados mais baixos em Nova York, US$ 245,82, em Sydney, US$ 201,73, e Paris, US$ 196,17.
Esse aumento não consegue encontrar explicação em nenhuma projeção de inflação, carga tributária ou o chamado custo Brasil (alto custo do negócio em funcionamento no Brasil, devido a uma série de fatores, como a ineficiência dos serviços públicos)”, afirmou Flávio Dino, presidente da Embratur, em um comunicado.
As autoridades brasileiras querem evitar o mesmo problema que enfrentou a indústria do turismo durante os Jogos Olímpicos de Londres de 2012, onde os preços elevados dos alojamentos desencorajaram o turismo.
“Todos os casos considerados abusivos serão encaminhados à Secretaria de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça”, afirmou Dino.
“Estabelecemos o caminho do diálogo com os empresários para evitar que a esperteza de poucos prejudique a imagem de todo o país”, afirmou o ministro do Turismo, Gastão Vieira, no site do ministério.
Limites de preço
O ministério está definindo limites máximos de preços para hotéis para a Copa das Confederações da FIFA, que recentemente esta em curso, bem como para a Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de Verão de 2016.
Os limites estão sendo definidos pela Match Services, empresa utilizada pela FIFA para questões relacionadas com acomodações em eventos internacionais.
A decisão de contratar Match, sede em Zurique, foi feita conjuntamente por representantes da indústria hoteleira e do governo brasileiro.
Match tem atualmente definido contratos com cerca de 850 hotéis no Brasil, é responsável por definir limites de preços para cada um. A empresa está trabalhando na criação de contratos com mais hotéis.
“Match ainda está em negociações com as demais propriedades para fornecer taxas justas e razoáveis para o evento, semelhantes às já contratadas”, disse so Epoch Times Andreas Herren, porta-voz da Match Services.
“Match congratula a iniciativa do governo e também agradece aos hotéis por seu apoio e cooperação”, disse Herren.
Setor rentável
O setor hoteleiro é uma parte importante da economia brasileira, gerando cerca de um milhão de empregos diretos e indiretos, de acordo com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOB).
Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), explica que o mercado funciona como o regulador para a fixação de preços, e que é natural em qualquer grande evento internacional esperar aumentos de preços, especialmente para grandes eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo. No entanto, ele concorda que os hotéis devem evitar a cobrança de taxas abusivas.
“Estaremos, juntamente com os órgão regulares, acompanhando de perto e identificando os empreendimentos pontuais que representem pontos fora da curva. Se for constatado abuso, os órgãos de defesa do consumidor serão acionados”, disse Lopes Epoch Times.
“A Associação de Hotéis do Rio, ABIH-RJ, está comprometida em colaborar com a Embratur e o Ministério do Turismo no acompanhamento das tarifas médias praticadas pela hotelaria de forma que os turistas recebam serviços de qualidade e infraestrutura de acordo com a tarifa praticada.”
ABIH-RJ estima que no Rio, cidade que receberá a maior parte dos turistas durante os eventos principais, terá cerca de 6 mil novos quartos de hotéis em para a Copa do Mundo de 2014, e cerca de 12 mil a mais em 2016 para os Jogos Olímpicos. A taxa de ocupação hoteleira anual no Rio está atualmente em 80%.
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