O governo nigeriano nega que as mais de 200 menores sequestradas pelos radicais islâmicos Boko Haram permaneçam no Bosque de Sambisa, base de operações do grupo. A suspeita é que elas foram divididas em grupos e distribuídas pelo país.
“Não existem indícios que demonstrem que as nossas jovens continuem no bosque. Também não há indícios de que tenham sido retiradas do país”, disse o ministro da Informação, Labaran Maku, em entrevista à televisão nessa segunda-feira (19), reproduzida hoje pelo diário local The Punch.
Os esforços de busca do Exército nigeriano, com apoio internacional, centraram-se no Bosque de Sambisa, no estado de Borno (Norte), para onde se suspeitava que as menores tinham sido levadas após o rapto, em 14 de abril, de uma escola de Chibok.
Sem encontrar quaisquer pistas que indiquem que as adolescentes podem estar naquela área, Maku assinalou a “possibilidade de que as jovens tenham sido divididas em grupos e que se encontrem em vários pontos do país”.
O ministro negou as informações de que elas foram levadas para fora da Nigéria. Maku reconheceu que é “difícil” lutar contra o Boko Haram e apelou ao governo federal para que negocie com o grupo islâmico a libertação das adolescentes.
O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, ameaçou publicamente vender as estudantes e exigiu a libertação de membros do grupo em troca das jovens.
Boko Haram significa “a educação não islâmica é pecado”, em haussa, a língua mais falada no Norte da Nigéria, o país mais populoso de África, com 160 milhões de habitantes.
Os fundamentalistas do Boko Haram pretendem criar um Estado islâmico no Norte da Nigéria, essencialmente muçulmano, ao contrário do Sul, onde os cristãos são maioria.
Desde 2009, quando iniciaram a luta armada, são atribuídos aos radicais mais de 3 mil mortos.
Essa matéria foi originalmente publicada pela Agência Brasil