O secretário de Estado dos Transportes da França, Alain Vidalies, acusou os pilotos da Air France, em greve desde o dia 15, de impedirem a criação de mil empregos na filial de baixo custo Transavia, na origem do conflito trabalhista.
“Os pilotos não podem continuar a opor-se ao desenvolvimento da Transavia”, afirmou Vidalies, em declarações divulgadas sábado (27) pela rádio France Info.
O governante recusou a designação de um mediador, como pedem os sindicatos, que consideram não confiável o presidente da Air France-KLM, Alexandre de Juniac, para continuar as negociações.
“Um mediador só serviria para continuar o conflito”, afirmou, acrescentando que os pilotos só têm em conta os seus interesses e não os da companhia.
A greve obrigou a Air France a cancelar quase metade dos voos previstos para sábado, ligeiramente menos do que nos últimos dias.
A situação na Air France “está ficando extremamente delicada”, afirmou na sexta-feira à noite um porta-voz da companhia aérea, após a recusa dos pilotos de retomarem o trabalho depois de 12 dias de greve.
“Estamos perdendo 20 milhões de euros por dia”, declarou Eric Schramm.
O porta-voz declarou que a administração ficou surpreendida quando os pilotos deixaram a sala onde decorriam as negociações, na sexta-feira, quando “não se estava longe de encontrar uma solução”.
O principal sindicato dos pilotos, o SNPL, ameaçou prolongar a greve para além de 30 de setembro, data que figura no pré-aviso, se as negociações não forem retomadas rapidamente.