Novo governo na Tunísia: O novo gabinete do primeiro-ministro Ali Larayedh recebeu um voto de confiança na terça-feira – a balança pende a favor da estabilidade em meio à inquietação
Desde o levante de 2010 contra Zine al-Abidine Ben Ali, a liderança do país não foi capaz de estabelecer um controle firme na administração da Tunísia devido a lutas internas.
O levante de 2010 foi provocado pela autoimolação de um vendedor de rua. Ele colocou fogo em si quando um policial apreendeu seu carrinho de frutas. Desde então, vários incidentes semelhantes de autoimolação ocorreram, sendo o último o do jovem Adel Kedhri de 27 anos na terça-feira.
Kedhri estava em desespero após um longo período de desemprego, segundo a Reuters. O desemprego é de 17% na Tunísia, informou a Reuters.
O assassinato do líder da oposição Chokri Belaid em 6 de fevereiro de 2013 também destaca as tensões na Tunísia. Um extremista islâmico é o suspeito assassino.
Numa conferência de imprensa das Nações Unidas (ONU) em 6 de fevereiro, Martin Nesirky, porta-voz do secretário-geral, transmitiu as condolências e o pesar da ONU pela perda de um “defensor proeminente dos direitos humanos e dos valores democráticos”.
“Tais atos […] ameaçam minar seriamente a transição democrática no pós-revolução da Tunísia”, disse Nesirky, citando Navi Pillay, alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos.
Mustapha Ben Jaafar, presidente da Assembleia tunisiana, apelou pela solidariedade e confiança no governo, segundo um artigo de 11 de marco na publicação egípcia Al-Ahram: “Devemos abandonar os interesses partidários estreitos, mesmo que isso signifique fazer sacrifícios e recuos. É do interesse do povo tunisiano.”
Ennahda, o partido líder, ganhou votos de confiança de 139 dos 217 membros da assembleia. Ennahda defendeu um sistema parlamentar puro, segundo o Al-Ahram, ao invés de mais poder presidencial, conforme advogado por outros.
O secretário de Estado norte-americano John Kerry saudou a notícia e pediu à Tunísia que determinasse o quanto antes uma data para as eleições deste ano.
“Os Estados Unidos saúdam o estabelecimento do novo governo sob a liderança do primeiro-ministro Laarayedh”, escreveu Kerry num comunicado na quarta-feira.
“Anunciar uma data precisa para as eleições proporcionará clareza na direção da transição democrática na Tunísia e ajudará a estabilizar a segurança, a política e a situação econômica”, disse Kerry.
As datas propostas atualmente são 27 de abril para concluir a Constituição e 27 de outubro para as próximas eleições gerais. No entanto, estas datas ainda estão sendo discutidas pelo governo.
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