O Governo catalão renunciou ao referendo sobre a independência da Catalunha previsto para 9 de novembro, que o Tribunal Constitucional espanhol interditara, anunciou ontem (13) à noite o dirigente de um dos partidos implicados na consulta.
“O Governo constatou que a consulta não pode ser realizada”, disse o dirigente da Iniciativa pela Catalunha, Joan Herrera, à comunicação social, depois de participar de uma reunião de partidos favoráveis ao referendo com o executivo catalão.
“O governo do nacionalista Artur Mas vai fazer uma proposta (alternativa) hoje” (terça-feira), acrescentou Herrera, adiantando que o seu partido se pronunciará na altura.
Um membro do Governo catalão admitira o adiamento do referendo, previsto para 9 de novembro, depois da sua interdição provisória pelo Tribunal Constitucional.
“A Catalunha está determinada em manifestar as suas aspirações pela via legal e pacífica (…). Vamos fazê—lo em 9 de novembro, ou depois”, declarou em Barcelona, no início da tarde, o responsável pela pasta das empresas no Governo regional de Artur Mas, Felip Puig.
No início de outubro, um dos porta-vozes do executivo catalão, Francesc Homs, dera a entender que este devia decidir no máximo até 15 de outubro se o referendo se mantinha, apesar da interdição provisória do Tribunal Constitucional.
Artur Mas já se comprometeu a cumprir a lei, mas tem sido pressionado pela ala esquerda da coligação favorável ao referendo, a Esquerda Republicana (ERC), de avançar e escolher a “desobediência civil”.
Na segunda-feira à noite reuniu-se com os dirigentes das várias formações favoráveis ao referendo para procurar uma posição comum.
Ao contrário do Governo britânico que autorizou a realização de um referendo, em 18 de setembro, na Escócia, que optou pelo não à independência, o executivo de Madrid tem-se oposto à organização de uma consulta na Catalunha.
Segundo o governo conservador, esta região, com uma identidade cultural fortemente marcada onde vivem 7,5 milhões de habitantes e representa 20% da produção econômica de Espanha, não pode se pronunciar sozinha sobre uma eventual secessão, uma vez que a Constituição obriga a participação do conjunto da população em questões de soberania.
Editado pelo Epoch Times