Poder Executivo pretende assegurar o pagamento da dívida
O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, anunciou um corte de 55 bilhões de reais no orçamento de 2012. O anúncio foi feito na quarta-feira pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, numa conferência de imprensa no Ministério do Planejamento.
O Ministro Mantega explicou que o corte é necessário para garantir o cumprimento da meta do governo de salvar 139,8 bilhões de reais para o pagamento de juros da dívida, ou seja, para cumprir a meta de superávit primário de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o website do Ministério da Fazenda.
Em termos gerais, o relatório observa que o superávit primário é a economia de gastos públicos para reduzir a dívida. Isso indicaria que as contas públicas estão em ordem e que, portanto, a dívida não escapará do controle.
No entanto, Mantega disse que o Governo Federal não inclui cortes nos programas de distribuição de renda e redução da pobreza, e afirmou que preservará o acesso da população aos bens de consumo, saúde e educação de qualidade.
A Ministra Miriam Belchior disse ainda que “os objetivos definidos pela Presidente Dilma Rousseff, como crescimento econômico de 4,5%, aumento do investimento, fortalecimento de programas sociais e de consolidação fiscal têm sido o nosso guia básico para a redução de custos”, segundo comunicado do Ministério da Fazenda.
Há dúvidas entre os parlamentares e especialistas de finanças, se os 55 bilhões de reais no orçamento deste ano serão suficientes ou eficazes, informou a imprensa local.
“Este ano, o governo enfrentará uma dificuldade pelo grande aumento do salário mínimo, que impacta fortemente nas contas da Previdência e assistenciais. É um início do processo, mas eu acho que mais cortes serão necessários”, disse o economista Raul Velloso em entrevista à Globo News na quinta-feira.
O deputado estadual do Espírito Santo, Dr. Cesar Colnago, vice-presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), criticou os cortes no investimento e financiamento em áreas-chave como a saúde.
“Não foi bom, não é inteligente e o governo do PT tem repetido muitas vezes isso. Ele tira investimentos críticos em áreas importantes para a vida nacional e a máquina ainda continua inchada, com muitos funcionários públicos, cargos comissionados e muitos ministérios”, disse ele à Agência Câmara de Notícias.