O Brasil se tornou o terceiro país do mundo em aprovar a vacina contra a dengue, uma doença de alto impacto em áreas tropicais que este ano afetou mais de 1,5 milhão de pessoas e causou 839 mortes no país.
A vacina foi aprovada este mês no México, a primeira em nível mundial, e em seguida nas Filipinas.
O antígeno não estará disponível de imediato pois as entidades reguladoras ainda não definiram o custo de cada dose, um processo que pode durar até três meses. Além disso, análises adicionais deverão ser feitas antes que a vacina seja incorporada ao plano de vacinação nacional, detalhou o Ministério da Saúde à Agência France Press.
O laboratório francês Sanofi Pasteur é o mesmo que conseguiu as duas autorizações prévias, e relatou que a vacina previne quatro tipos de dengue em indivíduos entre 9 e 45 anos de idade.
Vale lembrar que a dengue é uma doença que afeta cerca de 50 milhões de pessoas anualmente, segundo a OMS, e é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, o mesmo que transmite zika e chikungunya.
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A luz verde para a vacina chega num momento em que o Brasil enfrenta um surto de microcefalia, doença irreversível ligada ao vírus Zika.
Os casos de suspeita de microcefalia deram um salto este ano, passando de 147 em 2014 para 2.782 pessoas afetadas e 40 mortes, de acordo com o último relatório oficial atualizado em 22 de dezembro.
Cientistas locais provaram que o zika vírus, até este ano considerado uma versão menor da dengue, está relacionado com o surto de microcefalia, doença definida quando a circunferência da cabeça dos bebês tem menos de 32 centímetros (no início da epidemia foi usado o parâmetro de 33 centímetros) e que tem consequências sobre o desenvolvimento intelectual da criança.
A ligação entre as duas doenças não possui nenhum registro, e é acompanhada de perto pela OMS.
O zika é agora considerado como um problema potencialmente grave, especialmente em gestantes nos primeiros três meses de gravidez.
A nova vacina aprovada não protege contra este mal nem contra o chikungunya.