O governo brasileiro e o chinês buscam ampliar as cooperações no desenvolvimento de produtos industriais de defesa. Na quarta-feira (16), o ministro da Defesa, Celso Amorim, se encontrou com o ministro da Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa da República Popular da China, Xu Dazhe, para aumentar as parcerias nas áreas de sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia.
Primeiramente, o acordo técnico-militar se dará no âmbito do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), que integra um dos 32 atos assinados na quinta-feira (17) entre Brasil e China durante a visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, ao Palácio do Planalto, durante o encontro dos Brics.
No encontro, Amorim destacou que o acordo abre novas oportunidades de cooperação e de projetos conjuntos na área de defesa. O ministro destacou que Brasil e China são parceiros de longa data na produção de satélites de observação da Terra. “Outras áreas podem se abrir, como proteção marítima e de vigilância da fronteira terrestre”, afirmou.
O ministro disse ainda que o Brasil tem interesse em conhecer aspectos relativos à segurança nuclear e na área de defesa cibernética. Amorim afirmou que, em uma próxima reunião do comitê bilateral, pode ser debatido uma aproximação entre os centros de pesquisas e empresas dos dois países.
Já o ministro chinês fez questão de lembrar que a parceria entre os dois países remonta 40 anos de cooperação. Xu Dazhe também recordou o projeto do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers). “Temos características diferentes em nossos países, mas temos pontos fortes, num diálogo de alto nível”, mencionou o ministro chinês.
Segundo o ministro Xu Dazhe, seu país tem interesse em expandir a cooperação em programas brasileiros de proteção aos recursos naturais, como o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAz), além de dar continuidade à parceria espacial.
Durante o encontro dos Brics, a presidente Dilma Rousseff, enfatizou que a China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil e lembrou que o país vem sendo o principal destino dos investimentos chineses na América Latina. Segundo Rousseff, os acordos firmados entre os dois países apresentam forte tendência de crescimento e de diversificação em áreas como energia, tecnologias da informação e da comunicação, automóveis, alta tecnologia, bancos, petróleo, entre outros setores.