Google mergulha no mercado de armazenamento em nuvem

07/05/2012 03:00 Atualizado: 07/05/2012 03:00

(Kimihiro Hoshino/Getty Images)Após quase seis anos de especulação, o Google Inc., baseado em Mountain View na Califórnia, entrou no mercado em desenvolvimento e altamente competitivo baseado no armazenamento em nuvem na última semana de abril com a introdução de seu serviço de arquivo-sincronização, o Google Drive.

Os usuários do Google Drive receberão inicialmente 5 gigabytes de armazenamento em nuvem gratuito ou terão a opção de pagar uma taxa mensal para armazenamento adicional até um espaço colossal de 16 terabytes. Semelhante à funcionalidade de um disco rígido num computador tradicional, o serviço permitirá aos usuários armazenar e acessar documentos, arquivos de áudio e vídeo de 30 tipos de arquivos diferentes através de uma conexão de internet entre uma variedade de computadores e plataformas de sistema operacionais móveis.

Em contraposição às atuais ofertas de consumo baseadas em armazenamento em nuvem do iniciante Dropbox Inc., o iCloud da Apple Inc., e SkyDrive da Microsoft Inc., entre outros, o Google pretende diferenciar o Google Drive integrando o serviço em aplicações do Google e permitindo que os arquivos sejam pesquisados com mais facilidade.

O Google declarou que tem o objetivo de construir o Google Drive “para funcionar perfeitamente dentro de sua experiência geral do Google”, de acordo com uma postagem em seu blogue oficial. O objetivo do serviço será se tornar um hub central a partir do qual os usuários continuarão a envolver-se no ecossistema de aplicativos do Google por longos períodos de criação, colaboração e compartilhamento de tempo. Presumivelmente, ele acabará por permitir que o Google identifique ainda mais seu núcleo de competência, seu buscador e gerador de receita baseado em publicidade.

Atualmente, parece que o público-alvo primário do Google Drive sejam consumidores, ao invés de empresas e companhias de maior porte. Preocupações com a privacidade já surgiram, o que torna improvável que as empresas queiram que seus funcionários usem o serviço. Especificamente, os termos de serviço do Google Drive afirmam que os usuários “dão ao Google (e aqueles com quem trabalhamos) licença mundial para utilizar, hospedar, armazenar, reproduzir, modificar, criar trabalhos derivados (tais como os resultantes de traduções, adaptações, ou outras alterações que façamos para que seu conteúdo funcione melhor com nossos serviços), comunicar, publicar, executar e exibir publicamente, e distribuir tal conteúdo”.

Além disso, os serviços de armazenamento baseados em nuvem como o S3 da Amazon.com Inc., o Atmos Online da EMC Inc., e o Box.com, entre outros, tiveram anos para desenvolver e cultivar seus negócios especificamente para as necessidades do mercado corporativo. Para o Google, o processo de adaptação inerentemente mais complexo, personalizado, e opções de armazenamento em nuvem seguras para o mercado corporativo de forma semelhante simplesmente não é visto como uma proposição lucrativa, comparada com a otimização de sua base de usuários-consumidores no momento presente.

Uma vez que o crescimento exponencial da computação móvel em smartphones e tablets provavelmente continuará num futuro previsível, o mesmo acontecerá com a necessidade de mais opções de armazenamento baseado em nuvem. Estrategicamente, portanto, enquanto o Google continua a expandir seu sistema operacional móvel Android, o Google Drive poderia se tornar o mais recente catalisador para o crescimento da empresa além da busca.

O Google Drive pode ser encontrado em http://drive.google.com e está disponível para PC e Mac, Android, e em breve para dispositivos Apple iOS.