O Google ficou balançado pelos esforços da Organização das Nações Unidas (ONU) que encabeça as ações que decidirão o futuro da internet aberta em uma reunião em dezembro, durante o encontro da União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão gerido pela ONU.
No website “takeaction“, criado pelo Google, são fornecidas informações detalhadas sobre as possíveis mudanças legislativas sobre a internet que serão discutidas – de portas fechadas – na reunião da UIT, no próximo mês. O site apresenta um vídeo onde pessoas de todo o mundo dizem: “uma internet livre e aberta depende de mim” em sua língua nativa, e solicita ao espectador a tomar medidas para: “dizer a eles (os governos) que você apoia uma internet livre e aberta”.
Em seu site, o Google diz que em dezembro: “a União Internacional de Telecomunicações (UIT) estará reunindo reguladores de todo mundo para renegociar os tratados de comunicação de uma década atrás”, e que: “as alterações propostas para o tratado podem aumentar a censura e ameaçar a inovação”.
A proposta da ONU / ITU não é nova. Durante o ano passado, os países mais repressores em censura na internet – particularmente a China e a Rússia – levantaram suas vozes para que os Estados Unidos transferisse a administração do núcleo central da internet para as Nações Unidas.
Os Estados Unidos expressaram sérias preocupações sobre a proposta da ONU / ITU. Em maio de 2012, os legisladores de ambos os lados do espectro político americano expressaram oposição a proposta. O senador Marco Rubio, do partido Republicano, criticou a proposta da ONU, dizendo que a China e a Rússia: “não são exatamente pilares da internet livre” e que: “qualquer lugar que proíbe certos termos de busca não deve ser um líder na regulamentação internacional da internet. ”
Em junho de 2012, os Estados Unidos aprovou uma lei bi-partidária – entre os partidos Republicanos e Democratas – que descarta a entrega do controle da internet para as Nações Unidas ou para a UIT, temendo que a transferência de controle seja utilizada para censurar a internet nos países membros da ONU, assim reprimindo os direitos dos cidadãos locais. Em um artigo publicado pelo Wall Street Journal, em fevereiro de 2012, Robert McDowell, comissário republicano na Comissão Federal de Comunicações (FCC), advertiu que: “de todos os ângulos a mudança na regulamentação internacional da internet é uma antítese a arquitetura da rede.”
Recentemente, a proposta final russa apresentada para a ITU vazou na internet, o que só serviu para levantar preocupações adicionais. A proposta russa, feita em 13 de novembro, não esconde o desejo do país de controlar todo o tráfego de internet dentro de suas fronteiras. Essa proposta particularmente afirma que: “os Estados-Membros têm o direito soberano para gerir a internet no seu território nacional, bem como gerenciar os nomes de domínio nacionais na internet.”
A censura excessivamente agressiva na internet não é apenas uma marca registrada do governo russo. No início deste ano, a China organizou uma “Mesa Redonda da Internet para os países emergentes”, onde os participantes concordaram que: “a internet deve ser gerida pelos governos, com foco especial sobre a influência das redes sociais na sociedade.” Tal gestão governamental serviria bem aos propósitos da China, onde o regime comunista tem sido notório em censurar e monitorar amplamente à internet – paralelamente com o enorme abuso dos direitos humanos – no país mais populoso do mundo.
A campanha do Google tem sido o mais visível anúncio voltado ao público sobre a propostas de internet da UIT, que é amplamente ignorada pela grande mídia e escondida da população. Embora argumente-se que as preocupações do Google sobre a censura na internet sejam egoístas (afinal o gigante das buscas gera suas receitas das publicidades que são exibidas em uma variedade de websites), não há dúvidas de que o Google tem liderado a batalha nos últimos anos contra a censura na internet ao redor do mundo, sendo publicando um Relatório de Transparência aberto ao público sobre a aplicação da lei, ou através de petição, ou como na saída da China devido a censura da internet no país e pelo “hackeamento” de 2010, ou escurecendo seu famoso logotipo em sua página inicial, como em janeiro de 2012, expressando sua reprovação a proposta PIPA / SOPA.
As empresas geralmente não são famosas por terem uma alma, mas o Google tem os encantamentos de uma, baseando-se em suas ações. Você pode acreditar ou não, mas eu já assinei [o autor] a petição do Google sobre o assunto. Assim como o Google, acredito que “uma internet livre e aberta depende de mim.” Na verdade: “a internet livre e aberta depende de ‘nós'”.
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