O gengibre é uma planta asiática que é particularmente bem conhecida no Ocidente. Com o tempo e com tentativas e erros, suas propriedades estimulantes e sabor picante foram integrados tanto em nossa “matéria médica” herbal, como na gastronomia.
Preparada como um chá de ervas, a raiz do gengibre é particularmente útil para pessoas com estômago hipoativo e dificuldade de produzir quantidades adequadas de ácido hidroclórico necessárias para digerir os alimentos.
Isso, muitas vezes, é o caso para pessoas que não reservam algum tempo para sentar e relaxar o suficiente para digerir sua refeição. O resultado de uma refeição feita desta forma, especialmente se tem alto teor de carboidratos, pode ser indigestão e gases (devidos à má digestão ou à constipação intestinal) por horas depois.
Se você está sempre comendo e correndo ou tem uma criança que engole o alimento sem mastigar corretamente, então, o gengibre pode ser de grande utilidade, auxiliando na digestão e dissipando os gases acumulados.
Para preparar uma xícara de chá de gengibre, basta colocar meia colher de chá de raiz de gengibre em pó ou duas colheres de chá da raiz fresca em uma xícara de água fervente, deixar descansar por uns 3 minutos e tomar. Isto pode ser feito até quatro vezes por dia.
O gengibre é originário das regiões tropicais da Ásia oriental. Suas propriedades são obviamente bem conhecidas pelas culturas asiáticas, que o destacam tanto na culinária como nas tradições médicas do Oriente. No sistema da medicina tradicional chinesa (MTC), o gengibre é classificado como uma erva “quente”. Este termo também está presente nos sistemas da medicina clássica ocidental e ayurvédica e, geralmente, significa que esta erva é utilizada para tratar padrões de doenças que provocam sintomas “frios”, incluindo mãos e/ou pés frios e pálidos, aversão ao frio ambiental e a bebidas frias, e necessidade de coberta extra para dormir.
É interessante notar que as doses necessárias para o tratamento eficaz de pessoas ocidentais com esta erva são muito menores do que as indicadas na MTC.
O gengibre também tem sido usado desde os tempos antigos como um tratamento seguro e eficaz para o mal-estar da manhã. Uma xícara de chá feita com a raiz fresca pode ser degustada conforme necessário para aliviar a náusea com sucesso. Fontes de referência na fitoterapia tradicional chinesa acautelam contra altas doses (3-9 gramas por dia) da raiz seca para esta finalidade. Então, a raiz fresca é melhor e considerada menos quente do que a desidratada.
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Desde tempos bíblicos, o gengibre tem ajudado a promover o comércio de especiarias. Os antigos romanos usavam-no para fazer vinhos temperados para tratar enfermidades do estômago. Eles importavam grandes quantidades de suas fontes nas Índias Orientais. Eles tributavam-no pesadamente por causa da alta demanda e o negociavam por todo o Sudeste da Europa.
Quando o Império Romano caiu, o gengibre quase desapareceu da Europa. Isso até Marco Polo descobrir uma fonte barata na China, quando o gengibre ganhou renovada popularidade na Europa, embora entre a classe rica.
Os europeus medievais também prepararam vinhos e sidras temperados com gengibre e várias pimentas para aliviar essas condições provenientes de humores “frios”. O gengibre permaneceu popular em muitos países europeus, incluindo a Inglaterra, que encontrou uma fonte providente na Índia. Colonos ingleses mais tarde trouxeram o gengibre consigo para as Américas, onde ele continua a ser um favorito para temperar uma variedade de alimentos e bebidas.
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Luke Hughes é fitoterapeuta clássico ocidental e horticultor que vive em Sydney, Austrália