Gemas verdes chovem no espaço enquanto uma nova estrela se forma

01/05/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 19:23

O telescópio Spitzer da NASA detectou minúsculos cristais verdes que pareciam chuva numa estrela em desenvolvimento, a HOPS-68. Este gráfico mostra a estrela, e um modelo artístico de como a ''chuva'' pode parecer. A seta no topo aponta para a HOPS-68. Os astrônomos dizem que os cristais estão chovendo de volta para o planeta discoide em formação, criando uma poeira que circunda a estrela, como no painel final. (NASA/JPL-Caltech/Universidade de Toledo)

Minúsculas pedras preciosas verdes estão caindo como uma chuva na constelação de Orion, conforme visto pelo Spitzer, o telescópio infravermelho da NASA.

Em meio às nuvens de gás ao redor da distante estrela bebê HOPS-68, cristais de silicato mineral forsterita estão criando chuvas verdes.

Segundo a NASA, os cristais se formam em torno de 700 graus Celsius (1.300 graus Fahrenheit), mas o ambiente de uma estrela recém-formada é cerca de menos 170º C (menos 280º F).

“Você precisa de temperaturas tão elevadas como lava para fazer estes cristais”, disse o investigador principal Tom Megeath da Universidade de Toledo (UT) em Ohio, num comunicado de imprensa da NASA. “Nós propomos que os cristais foram cozidos próximo da superfície da estrela em formação, em seguida, foram carregados ao interior da nuvem circundante onde as temperaturas são muito mais baixas, e, finalmente, caíram novamente como purpurina.”

A forsterita é um membro da família olivina, e aparece numa variedade de formas, incluindo as praias de areias verdes do Havaí, e as gemas de peridoto, encontradas em lava e meteoritos.

Cristais de forsterita foram observados em vários cometas durante as missões de voo Stardust e Deep Impact. Eles também foram vistos em discos planetários em formação ao redor de estrelas jovens.

No entanto, esta é a primeira vez que foram observados durante a formação de uma estrela.

“Se você pudesse de alguma forma transportar-se para dentro desta nuvem de gás em colapso da protoestrela, seria muito escuro”, disse o autor principal Charles Poteet no comunicado da UT. “Mas os minúsculos cristais podem pegar qualquer luz presente, resultando num brilho verde contra um fundo preto empoeirado.”

Os astrônomos acreditam que os jatos de gás da estrela embrionária podem estar impulsionando os cristais para as geladas nuvens de gás exteriores.

Eles especulam que cristais semelhantes dentro de cometas possam ter se originado a partir de uma nuvem de gás em colapso em torno do nosso sol quando este se formou, começando como uma chuva verde na borda do nosso sistema solar. Ao longo do tempo, estes cristais teriam congelado e agregado matéria, formando o coração dos cometas.

“Telescópios de infravermelho como o Spitzer e agora o Herschel estão fornecendo uma imagem interessante de como todos os ingredientes do cozido cósmico que fazem os sistemas planetários são misturados juntos”, disse Bill Danchi da NASA no comunicado.

As descobertas do novo estudo serão publicadas no Jornal de Astrofísica.