Gaia fará mapa 3D da Via Láctea

02/08/2013 15:53 Atualizado: 06/08/2013 16:40

A Agência Espacial Européia (ESA) anunciou que a missão espacial Gaia fará o maior e mais preciso mapa tridimensional da galáxia. A área a ser mapeada é de cerca de um bilhão de estrelas na Via Láctea que, embora pareça gigantesca, só representa 1% das estrelas de nossa galáxia.

A missão, prevista para iniciar em outubro de 2013, durará cinco anos. Gaia será lançada no European Spaceport, em Kourou, na Guiana Francesa. No espaço, os dois telescópios de Gaia vão girar lentamente para fazer uma varredura de toda a esfera celeste, medindo periodicamente a posição de cada estrela e registrando seu movimento.

ESA espera que Gaia descubra milhares de corpos celestes, incluindo exoplanetas e observará milhares de asteróides do Sistema Solar em regiões onde é difícil um monitoramento da Terra, pois só são visíveis durante parte do dia. “A missão vai estudar cerca de 500 mil quasares distantes visando prover novos e rigorosos testes de Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein”, afirma comunicado da ESA.

As informações sobre estrelas resultantes do levantamento de Gaia, ajudarão a elucidar uma série de importantes questões relacionados à origem, estrutura e história evolutiva de nossa galáxia. “Por exemplo, Gaia vai identificar estrelas que são legados de galáxias menores há muito tempo ‘engolidas’ pela nossa Via Láctea. Irá também investigar a distribuição da matéria escura – a substância invisível que mantém nossa galáxia unida”, informou ESA.

Gaia mapeará estrelas numa órbita em torno do Sol a uma distância de cerca de 1,5 milhões de quilômetros além da órbita da Terra e numa localização especial, conhecida como Lagrange L2, que permitirá aos telescópios acompanharem a Terra em sua órbita ao redor do Sol.

Distância de mapeamento de Gaia em relação ao Sol (Epoch Times)
Distância de mapeamento de Gaia em relação a Terra (Epoch Times)

Precisão

Gaia tem uma câmera digital de um bilhão de pixels, ou um gigapixel, poderosa o suficiente para, da Terra, ver detalhes do polegar de alguém na Lua, ou ainda, medir um fio de cabelo a um quilometro de distância. Poderá monitorar estrelas com brilho cerca de 400 mil vezes mais fraco que as vista a olho nu.

Os dois telescópios ópticos, associados a outros instrumentos científicos, vão determinar precisamente a posição e a velocidade de estrelas bem como fazer uma análise espectral de sua luz.

Segundo a ESA, Gaia pode medir distância de estrelas mais próximas com a extraordinária precisão de 0,001%. Até mesmo estrelas próximas do centro de nossa galáxia, que estão a cerca de 30 mil anos-luz de distância, podem ter suas distâncias medidas, com precisão de 20%.

Gaia tem a capacidade de monitorar cada uma de suas estrelas-alvo cerca de 70 vezes no período de duração da missão, por meio de suas posições, distâncias, movimentos e alterações no brilho.

Depois de lançada ao espaço, Gaia abrirá sua ‘saia’ de cerca de 10 metros de diâmetro, para sombrear permanentemente seus telescópios e mantendo a temperatura no telescópio do Gaia abaixo de -100 °C. Além disso, a saia fornecerá a eletricidade necessária para operar seus instrumentos, recuperando a energia a partir de paineis solares que cobrem o lado oposto ao do telescópio, que ficarão sempre ficam voltados para o Sol.

O nome Gaia, segundo ESA, significa “Global Astrometric Interferometer for Astrophysics”, que refletia a técnica de interferometria óptica que seria originalmente usada em Gaia. Mesmo que o método de trabalho tendo mudado, a sigla permaneceu.

O Centro Espacial de Operações Europeu (ESOC) em Darmstadt, na Alemanha, controlará Gaia utilizando duas estações terrestres: o Cebreros, na Espanha e a Nova Norcia, na Austrália. As operações de caráter científico serão conduzidas do Centro Astronômico Espacial Europeu (ESAC) em Villafranca, Espanha.

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