G-7 minimiza risco de guerra monetária

14/02/2013 15:47 Atualizado: 14/02/2013 15:47
Ministros falham em sinalizar uma política clara aos mercados
Os ministros e autoridades financeiras do G7 no Palais du Pharo em Marselha, em 9 de setembro de 2011. Na 1ª fila (esquerda-direita), o ministro das finanças francês François Baroin; o secretário do tesouro norte-americano Timothy Geithner; o chanceler do tesouro britânico George Osborne. Na 2ª fila (e-d), Christian Noyer, diretor do Banco da França; Jean-Claude Trichet, chefe do Banco Central Europeu; Masaaki Shirakawa, diretor do Banco do Japão; e o alemão Jens Weidman (Gerard Julien/AFP/Getty Images)

Deveria ser um prelúdio para a reunião do G-20 em Moscou neste fim de semana. No entanto, os ministros das finanças do Grupo dos Sete (G-7) conseguiram perturbar os mercados de câmbio com declarações contraditórias.

“Nós, os ministros e autoridades do G7 reafirmamos nosso compromisso de longa data de comercializar determinadas taxas de câmbio e consultar estreitamente em relação a medidas nos mercados de câmbio”, disse uma declaração inicial publicada em 12 de fevereiro.

O mercado julgou isso como uma indicação de que o movimento recente do Banco do Japão de imprimir uma quantidade ilimitada de ienes foi apoiado pelo G-7. Isso levou à venda do iene em relação ao dólar, com o dólar atingindo uma alta de 94,4 ienes em 12 de fevereiro.

Este desdobramento aparentemente levou o G-7 a vazar alguns comentários mais tarde, indicando que o movimento do iene era motivo de preocupação. Um oficial do G-7 disse à Reuters, “A declaração do G7 sinalizou preocupação com o movimento excessivo do iene.” Prontamente, o dólar enfraqueceu em relação ao iene, caindo para 93 ienes no final da manhã.

Esta confusão dá lugar a uma preocupação mais ampla sobre como as moedas são utilizadas para orientar a política nacional. A declaração do G-7 excluiu que as moedas seriam usadas para atingir objetivos de política interna. Observadores do mercado, no entanto, acreditam que isso seja mera encenação. Segundo alguns, uma guerra cambial total está a caminho.

Rickards: A declaração do G-7 é ‘uma farsa’

Jim Rickards, autor do best-seller do New York Times, “Currency Wars, The Making of the Next Global Crisis” (tradução livre, “Guerra monetária, a criação da próxima crise global”), não acredita que o G-7 não esteja usando a moeda para impulsionar seus desempenhos econômicos.

“A declaração do G7 sobre guerras cambiais é uma farsa […] desde que os EUA começaram-nas em 2010. […] Moeda baixa é um convite à inflação quando a política falha”, disse ele no Twitter, comentando sobre o fato de que as autoridades do G-7 disseram que queriam criar inflação doméstica e não enfraquecer a moeda.

As autoridades do G-7 referiam-se a um movimento recente do Banco do Japão de imprimir quantidades ilimitadas de dinheiro para estimular o crescimento e criar inflação doméstica. “Foi significativo para nós, enquanto (o G7) reconhece apropriadamente que as medidas que estamos tomando para vencer a deflação não visam influenciar os mercados de câmbio”, disse o ministro das finanças japonês Taro Aso a repórteres.

Em 22 de janeiro, o Banco do Japão anunciou um plano para fornecer ampla flexibilização monetária para estimular a inflação doméstica e o crescimento. O banco central japonês começará a comprar 13 trilhões de ienes (145 bilhões de dólares) em títulos públicos por mês a partir de janeiro de 2014.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve já começou a imprimir 85 bilhões de dólares por mês desde janeiro de 2013.

De acordo com John Paulson, um gestor de fundos de cobertura baseado em Nova York, esta política norte-americana colocou os exportadores japoneses em apuros, resultando na política japonesa de enfraquecer o iene. “O problema é que os EUA começaram a imprimir. Entramos numa situação competitiva, em que outras moedas principais começaram a imprimir maciçamente”, disse ele num discurso em Nova York em janeiro.

Paulson também acha que o Japão pode não ser o único país a imprimir moeda e confirma a opinião de Rickard de que pelo menos o Japão está enfraquecendo sua moeda para impulsionar as exportações: “Para manter as vendas, [as empresas japonesas] tiveram de cortar preços. Elas estavam sendo estrangulados com o forte iene. Neste ponto, [o Banco do Japão] não teve escolha.”

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