Armas químicas, bioterrorismo, ciberataques, drones – estas são as munições da guerra no século 21. Mas o armamento não é tudo o que está mudando na guerra moderna: a “Guerra ao Terror” bagunçou as linhas de frente e complicou nossas definições de “inimigo”. Então, o que vem a seguir, como prosperaremos em meio a estas novas batalhas?
Este mês, a New America Foundation lançou um novo projeto sobre o “Futuro da Guerra” – um esforço que reúne uma ampla gama de intelectuais para desmistificar o conflito contemporâneo. Liderados por Peter Bergen, diretor do Programa de Segurança Nacional, o projeto irá além do estado de guerra perpétua pós-9/11 (onze de setembro, data do atentado às torres gêmeas em Nova York) e no sentido da melhoria dos direitos humanos a nível mundial.
Aqui estão alguns tópicos principais:
1. A tecnologia é uma grande razão por que a natureza da guerra está mudando; a face da guerra foi alterada para sempre por ela.
2. Vigilância em escala global sem precedentes, o uso de empresas privadas para empreendimentos financiados por fundos públicos e a linha delicada e perigosa trilhada por aqueles que utilizam drones são componentes da guerra moderna que introduziram novos obstáculos conceituais e legais. Mesmo definindo os conflitos que podemos nos envolver e as pessoas com quem lidamos, isso requer uma conceituação própria e complexa.
“Se mantivermos as concepções existentes de guerra e paz, como definiremos isso? Na ‘guerra’ contra o Al-Qaeda e seus aliados, ‘o campo de batalha’ é potencialmente qualquer lugar do globo e ‘o inimigo’ não é mais outro exército, mas um grupo vagamente associado de indivíduos de nacionalidades diferentes. As guerras no Iraque e no Afeganistão foram conflitos armados, mas como uma questão legal, os Estados Unidos estão num ‘conflito armado’ com suspeitos extremistas violentos que vivem na Bósnia ou com líderes militantes nas regiões tribais do Paquistão? Estamos num conflito armado com suspeitos ‘associados’ do Al-Qaeda na Somália? Um ataque de drones dos EUA na Somália é um ato legal contra um combatente inimigo num conflito armado ou um assassinato ilegal e imoral de um ser humano num país estrangeiro (e uma possível violação da soberania e da Carta das Nações Unidas)?”
3. Direitos humanos é um termo amplo, mas à medida que nos aventuramos num novo mundo de conflito, devemos considerar quem ficará em desvantagem. A soberania foi testada por armas como drones e o acesso à tecnologia da informação às vezes pode ser um privilégio concedido apenas a alguns. Por outro lado, a linha entre civis e alvos se tornou cada vez mais turva. Nações poderosas têm aproveitado a capacidade de dominar aqueles com menos acesso a recursos e a dinâmica se tornou polarizada.
Estes temas e outros serão levantados pela equipe do “Futuro da Guerra”, no que parece ser uma defesa vital e essencial contra o conflito global permanente. Como nos encontramos em meio a um mundo radicalmente transfigurado, temos de começar a buscar respostas e soluções.
Saiba mais sobre o futuro da guerra
Leia o original no site da New America Foundation