Furacão gigante em Saturno

01/05/2013 19:40 Atualizado: 06/08/2013 17:29
Ele se move a 530 km por hora e seu olho mede 2 mil km
O furacão em primeiro plano no Polo Norte de Saturno; imagem capturada pela sonda Cassini a uma distância de 420 mil km de Saturno em 27 de novembro de 2012; a escala da imagem é de 2 km por pixel (NASA/JPL-Caltech/SSI)

A equipe da sonda Cassini publicou nesta segunda-feira as primeiras imagens de um furacão gigante em forma de uma rosa que gira no centro do hexágono do Polo Norte de Saturno.

O olho do furacão tem cerca de 2 mil km de diâmetro, o que é cerca de 20 vezes maior do que a média do olho de um furacão na Terra, e seus ventos chegam a 530 km por hora.

A sonda espacial Cassini, uma missão conjunta da NASA e da Agência Espacial Europeia (ESA), capturou essas imagens no final de novembro de 2012 a uma altura de 420 mil km com filtros sensíveis à luz próxima do espectro infravermelho.

“Nós fizemos imagens dobradas quando vimos este espetacular vórtice hexagonal, que se parece muito com um furacão na Terra, mas em Saturno a escala é muito maior”, assinalou Andrew Ingersoll, um membro da equipe Cassini do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, segundo a NASA.

“De alguma forma, ele se alimenta de pequenas quantidades de vapor de água da atmosfera de hidrogênio do planeta”, disse Ingersoll.

Os cientistas estudam esse furacão por sua semelhança com nosso planeta. Eles acham que será útil para entender o comportamento dos furacões na Terra, que se alimentam de águas quentes do oceano.

O olho do furacão se estende por 2 mil km no centro do hexágono no Polo Norte de Saturno (NASA/JPL-Caltech/SSI)

De acordo com a ESA, não há água perto das nuvens altas na atmosfera de Saturno, então, o vórtice parece sobreviver à base de pequenas quantidades de vapor de água na atmosfera de hidrogênio no planeta.

“Entender como as tempestades de Saturno são capazes de usar o pouco vapor de água disponível poderia ajudar os cientistas a entenderem melhor como se formam e como evoluem os furacões terrestres”, diz a agência espacial.

“Tanto um furacão terrestre como o vórtice do Polo Norte de Saturno tem um olho central sem nuvens ou com nuvens muito baixas. Outras características semelhantes são as nuvens altas que formam a parede do olho e outras nuvens altas em espiral em torno do olho, com um giro para a esquerda no hemisfério norte”, indicou a NASA.

Uma diferença importante, além do fato de que esses furacões em Saturno são muito maiores do que suas contrapartes da Terra, é que ele gira surpreendentemente rápido.

“Em Saturno, o vento sopra na parede do olho mais de quatro vezes mais rápido do que os ventos de furacões na Terra”, disse a NASA.

Outra característica é que os furacões em Saturno parecem estar fixos no Polo Norte do planeta.

“Na Terra, os furacões tendem a se mover em direção ao norte, devido às forças que atuam sobre os rápidos redemoinhos de ventos enquanto o planeta gira. No caso de Saturno, o furacão não se move e já está tão ao norte quanto poderia.”

Estima-se que esta tempestade esteja ocorrendo em Saturno há muitos anos. Quando a Cassini chegou em 2004, ela detectou um grande vórtice, mas isso ocorreu no inverno polar do norte, assim, o planeta estava escuro. Os instrumentos esperaram até 2009, quando apareceram os primeiros vestígios de luz, graças ao equinócio.

A missão Cassini-Huygens é um projeto cooperativo da NASA, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana (JPL). Uma divisão do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena administra a missão Cassini-Huygens para a Direção de Missões Científicas da NASA em Washington.

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