Funcionários do serviço de saúde britânico entram em greve pela primeira vez em 32 anos

14/10/2014 07:00 Atualizado: 13/10/2014 21:57

Centenas de milhares de funcionários do serviço de saúde nacional britânico (NHS) foram convocados para aderir a uma greve parcial, convocada para ontem (13), a primeira desde 1982, depois de o governo ter recusado aumentar os salários.

A iniciativa tem como objetivo elevar a pressão sobre o ministro da pasta, Jeremy Hunt, que rejeitou recomendações apresentadas por uma entidade independente para um aumento salarial na ordem de 1% para todo o pessoal do serviço de saúde.

Em março, o ministro da Saúde afirmou que as recomendações “eram incomportáveis e representavam um risco para a qualidade da assistência prestada aos pacientes”.

Para os sindicatos do setor, os argumentos utilizados são inadmissíveis, atendendo designadamente ao desempenho da economia britânica – que deverá crescer mais de 3% em 2014 – e aos sacrifícios consentidos em anos anteriores.

“A inflação continua aumentando desde 2011 e, ao mesmo tempo, o nível das remunerações dos funcionários do NHS baixou cerca de 12%”, afirmou Dave Prentis, secretário-geral do sindicato UNISON, o maior sindicato do setor público da Grã-Bretanha.

Rejeitar aumentar os salários “em 1% mostra o que o governo realmente pensa sobre os seus funcionários da saúde”, realçou o dirigente sindical.

Entre os sindicatos que vão tomar uma ação industrial figura o Royal College of Midwives, um sindicato de parteiras, que entra greve pela primeira vez em 133 anos de existência.

Uma sondagem revelada pelo jornal The Guardian estima que a greve poderá mobilizar 500 mil pessoas.

No total, foram nove os sindicatos britânicos que apelaram à paralisação.

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