Funcionário do Partido Comunista é pego com 14 passaportes e posses impressionantes

03/01/2015 16:00 Atualizado: 03/01/2015 16:00

O ex-chefe de um órgão de consulta política do Partido Comunista na província de Guangdong, Sul da China, foi colocado sob investigação por corrupção no final de novembro, e uma revista de Hong Kong revelou recentemente o que seriam alguns dos frutos desse processo: o homem tinha mais de uma dúzia de passaportes falsos, uma grande coleção de propriedade, contas bancárias e obras de arte e uma porção significante de moedas de ouro.

Zhu Mingguo, o ex-presidente da Conferência Consultiva Política de Guangdong, foi colocado sob investigação por “graves violações da disciplina e da lei”, informou a mídia estatal chinesa em 28 de novembro.

A revista Trend de Hong Kong informou em sua edição de dezembro que Zhu Mingguo foi preso quando estava na sala de espera no aeroporto de Baiyun, em Guangzhou, capital da província de Guangdong. Ele estaria indo à província de Henan para uma viagem de negócios, mas os investigadores encontraram na bagagem de Zhu bilhetes de avião destinados à Austrália com uma conexão na Tailândia, diz a matéria. Os investigadores concluíram que ele planejava fugir para a Austrália naquele dia.

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Editoriais sobre a extensão da corrupção de Zhu foram publicados amplamente na imprensa nacional chinesa.

Após a detenção de Zhu, seus escritórios e residências em Guangzhou; Zhuhai, uma cidade próxima a Macau; e Sanya, na província de Hainan, foram investigados. Foi então que os investigadores teriam encontrado os 14 passaportes falsos, disse a mídia.

Os passaportes falsos estavam escondidos em 10 molduras de fotografias com vários funcionários do Partido Comunista. Seis dos passaportes falsos tinham identidades femininas e oito tinham nomes falsos, disse a mídia. Não ficou claro como eles seriam usados.

Um número de armas também foi encontrado nas casas de Zhu, diz a mídia. O controle de armas é extremamente rigoroso na China e geralmente apenas funcionários da segurança do Estado e militares têm acesso a armas de fogo. Mas Zhu tinha cinco pistolas e 200 balas em suas casas.

Ele também tinha 17 contas bancárias em nove bancos, 15 delas abertas sob nomes falsos. Alguns dos livros contábeis de suas contas bancárias foram descobertos escondidos em cisternas de banheiro, disse a revista Trend. Quase US$ 9 milhões – incluindo yuan chinês, dólar americano, franco suíço e dólares de Hong Kong – foram encontrados em suas contas. Havia também cerca de US$ 437 mil em títulos do Estado, e mais de 1.300 moedas de ouro totalizando mais de 27 quilogramas ou pouco mais de US$ 1 milhão. As moedas estavam escondidas sob o assoalho, como num filme.

Os investigadores também encontraram 26 relógios de luxo e 126 relíquias culturais, principalmente das dinastias Tang (618-907) e Song (960-1279).

O gosto sórdido de Zhu também se fez representar: cerca de 300 DVDs pornográficos e mais de 130 revistas e cartazes do tipo foram encontrados pelos investigadores.

Rumores da corrupção de Zhu têm sido uma questão de especulação há meses. Anteriormente, ele foi o secretário do Comitê Político-Legislativo em três províncias – Hainan, Chongqing, e Guangdong – e teria laços estreitos com o ex-chefe da segurança Zhou Yongkang, que também está sob investigação.

Como um oficial poderoso no sistema de segurança do Estado durante a última década, Zhu foi um seguidor próximo de Zhou Yongkang e do ex-líder chinês Jiang Zemin, particularmente na sua violenta campanha contra a prática espiritual do Falun Gong. Milhões de chineses que praticam esta disciplina foram raptados e perseguidos por sua fé, e provas contundentes elaboradas por grupos de direitos humanos e investigadores indicam que milhares foram torturados até a morte ou assassinados para a extração forçada de seus órgãos. Enquanto chefe do gabinete de segurança pública (2001-2006) na cidade de Chongqing, Zhu foi listado várias vezes por grupos de direitos humanos como um dos principais responsáveis pela perseguição.