Jovens que começam a fumar maconha antes dos 18 anos com grande frequência são mais propensos a ter uma redução significativa e irreversível de seu QI, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade de Londres (Reino Unido). Pesquisadores afirmam que a maconha pode causar mais danos a jovens do que adultos porque o cérebro sofre constantes alterações na adolescência.
Aos sete anos de idade, o cérebro normalmente já atinge seu tamanho completo. Mas, durante a adolescência, o cérebro poda diversas conexões entre as células cerebrais, as sinapses, na massa cinzenta. Pesquisadores explicam que o cérebro produz mais cargas de sinapse do que o necessário na juventude, então ele começa a podá-las para tornar essas conexões mais eficientes.
Anne-Lisa Goddings, da Universidade de Londres, diz que é difícil dizer com precisão como a maconha poderia alterar o desenvolvimento do cérebro. No entanto, a pesquisadora afirma que nesse período de mudança cerebral, o órgão é mais sensível que um cérebro adulto, que está relativamente fixo.
Efeito duplo
O psiquiatra Zerrin Atakan, da King’s College de Londres, acredita que a maconha traz efeitos contraditórios ao cérebro. Ao mesmo tempo em que o fumante fica mais tranquilo e relaxado, ele pode ficar sem vontade de fazer nada. A falta de vontade de novas experiências inclui ir para a escola ou ler um livro. Experiências que poderiam trabalhar a mente são perdidas, e o cérebro se desenvolve menos.
Quanto mais o adolescente fuma, maior a possibilidade de malefícios a saúde e ao desenvolvimento do cérebro. Mas os pesquisadores do estudo argumentam: os mesmos efeitos podem surgir em um adolescente que bebe muito, ou usa outras drogas com frequência.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no site Hype Science