Fuga de radiação nuclear deixa 30 pessoas contaminadas no Japão

27/05/2013 16:32 Atualizado: 27/05/2013 17:41
Após um alerta vermelho, sobre uma experiência num acelerador de partículas, o investigador responsável decidiu prosseguir o estudo
O Sincrotron 50 GeV no Complexo de Pesquisa do Acelerador Nuclear do Japão (J-PARC) da Agência de Energia Atômica Japonesa (JAEA), em Tokai, Ibakari, Japão (Junko Kimura/Getty Images)

Um acidente durante experimento no Laboratório de Energia Nuclear do Japão deixou 30 pessoas contaminadas por radiação, informou neste domingo a Agência de Energia Atômica Japonesa (JAEA).

Embora o alarme tenha disparado na última quinta-feira, o chefe do experimento decidiu reiniciar os procedimentos 13 minutos mais tarde, o que provocou muitas críticas quanto à segurança dos cientistas. Além disso, quando o aumento da radiação foi verificado, foi utilizado um sistema de ventilação sem filtros e a contaminação se espalhou para o exterior da instalação.

Das 55 pessoas que participaram do experimento nos laboratórios de física nuclear da JAEA, na província de Ibaraki, foi descartada a contaminação em 19 deles. Seis outros ainda não foram examinados, informou a agência japonesa.

O vazamento foi anunciado ao público pela JAEA na sexta-feira à noite, um dia e meio depois do acidente. A agência informou ter descoberto que a instalação do acelerador de partículas J-PARC Hadron não estava funcionando corretamente. Isso ocorreu quando eles experimentavam com um feixe de prótons num objeto de ouro.

Segundo comentários no Japan Times, o alarme soou às 11h55 na quinta-feira indicando radiação controlada, mas o investigador encarregado decidiu que não havia perigo, em vez de fazer uma análise do que ocorreu, e o experimento foi reiniciado 13 minutos depois.

Poucos minutos depois, os níveis de radiação subiram a um ritmo alarmante e o experimento foi desligado. Em seguida, acionou-se a ventilação. O principal problema é que, mais tarde, verificou-se que o ventilador não tinha filtros de radiação e a contaminação foi lançada no exterior.

“Não foi uma ação apropriada”, admitiu o diretor do J-PARC, segundo o Japan Times.

O fato de que o relatório do JAEA surgiu um dia e meio após o evento, às 20h15 de sexta-feira, enfureceu o governo regional e central, segundo a mídia japonesa.

“A província está tratando seriamente o incidente. Pessoas que vivem nas proximidades se sentem muito preocupadas com o vazamento de radiação para o exterior e com a exposição (dos investigadores)”, disse Shuichi Matsumoto, funcionário de medidas de segurança da divisão nuclear de Ibaraki, que ajudou a investigar o incidente no J-PARC no sábado, segundo o Japan Times.

O cientista Hiroaki Koide, professor-associado do Instituto de Pesquisa da Universidade de Kyoto, criticou a falta de cuidado da agência de energia atômica.

“Isso foi resultado de um projeto das instalações que supunha que um acidente não poderia acorrer”, disse Koide à mídia japonesa.

O ministro da educação Hakubun Shimomura também expressou sua preocupação. “Eles não têm um senso de urgência e de crise, enquanto o público guarda fortes sentimentos de desconfiança em relação à energia nuclear”, disse ele, segundo o Japan Times.

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