Quando eu estava no fim da adolescência, comecei a lutar com meu peso.
Eu havia decidido, pouco antes, dar mais atenção à academia de ginástica e fazer menos aulas de dança; assim, eu acabei cortando drasticamente minhas atividades físicas. Entre essas coisas e a mudança hormonal que afetava meu corpo de 16 anos, eu comecei a ganhar peso.
Fazendo dieta
Eu decidi começar uma dieta. Li o livro de dieta do Dr. Ornish. Ele me ensinou que o que estava me fazendo engordar era de fato a gordura. Na época, dietas de baixa gordura se tornaram uma grande mania e por isso havia uma abundância de alimentos livres de gordura para apoiar meus esforços de dieta.
O Dr. Ornish encorajava alimentos integrais, mas eu tinha apenas 16 anos e realmente não sabia cozinhar. Assim como muitos de meus compatriotas norte-americanos, eu me virei para a grande variedade de alimentos com baixo teor de gordura, ou processados livres de gordura que são oferecidos ao consumidor.
Logo após mudar minha dieta, comecei a sentir mais fome do que nunca.
Alguns anos mais tarde, eu li que a gordura faz você se sentir saciado e sem ela você nunca se sentirá completo. Então, eu reintroduzi a gordura na minha alimentação. Mas eu ainda comia as sobremesas açucaradas sem gordura e ainda sentia uma fome crônica, preguiça e cansaço.
Como resultado, eu ganhei ainda mais peso, sentia-me cansada a maior parte do tempo e cronicamente faminta, apesar da grande quantidade de comida que eu me permitia ingerir. Quanto mais alimentos “dietéticos” eu consumia, mais viciada em açúcar eu ficava.
Eu também comecei a sofrer de fadiga crônica, depressão e a ganhar bastante peso. Eventualmente, eu ganhei 20 kg por causa da compulsão por doces.
O que é ‘açúcar’?
Todos sabemos o que é açúcar. É aquele pó branco ou marrom adorável que acrescentamos ao nosso café, chá, doces, bolos…
Mas, o açúcar é encontrado em quase todos os alimentos – embora, ele se apresente de formas diferentes. Algumas formas de açúcares são mais tóxicas e outras menos.
Grãos e pães contêm açúcar. Da próxima vez que você comer um pouco de arroz integral, mastigue-o de 30 a 50 vezes até que se torne uma pasta e você descobrirá que ele terá sabor adocicado.
Essa doçura vem do açúcar que foi liberado do arroz após essa boa mastigação (mas, não se engane: o açucar já está no arroz, mesmo que você o mastigue poucas vezes). Mas esse açúcar está principalmente na forma de glicose e não afeta o corpo como outras formas de açúcares fazem.
Na verdade, precisamos de glicose para funcionar bem, então, quando eu digo “eliminar o açúcar”, não me refiro a eliminar os carboidratos, como pães e cereais integrais. Estou falando principalmente da frutose (que é extraida e refinada das frutas). O Dr. Robert H. Lustig explica em sua palestra “Açúcar: A verdade amarga”, na Universidade da Califórnia, em São Francisco, que a frutose presente no açucar é tóxica para nós humanos.
Quando ingerida sem os nutrientes e fibras encontrados nas frutas, a frutose pode provocar: síndrome metabólica, diabetes tipo 2, triglicerídeos elevados, esteatose hepática, e megacólon.
Considere o seguinte: 50% do açúcar comum é frutose, 55% do xarope de milho com alto teor de frutose (HFCS) é frutose, e 50-70% do néctar de agave é frutose.
Isto é perigoso porque a frutose destas fontes de açúcar não está sendo digerida com a fibra encontrada em frutas. Já nas frutas em estado natural, embora o açúcar encontrado nelas seja 70% frutose ele não é tóxico para nós, pois as fibras das frutas e outros elementos ajudam a digeri-lo lenta e equilibradamente. A fibra é como um antídoto da natureza para a frutose.
A maioria dos norte-americanos supre seu apego à frutose por meio de refrigerantes, sucos, leite com chocolate, sorvete, biscoitos e bolo. A frutose também é adicionada a muitos alimentos processados para torná-los mais saborosos. Já que o xarope de milho rico em frutose é barato, a indústria alimentícia o coloca em inúmeros produtos (leia a composição dos produtos nas embalagens).
Em 2009, o Dr. Lustig ajudou a Associação Americana do Coração a reescrever as diretrizes para o limite diário recomendado de ingestão de açúcar. A associação agora recomenda limitar o consumo diário de açúcar a nove colheres de chá para os homens e a seis colheres para as mulheres. Mais do que isso é considerado tóxico.
Cortando o açúcar
Após aprender sobre como o açúcar é tóxico e como ele é prevalente em nossa dieta, comecei uma missão para cortá-lo. Para simplificar, eu comecei com o HFCS. Eu percebi que ele estava presente em grande parte dos doces que eu amava, incluindo sorvete light, pão de trigo integral e cereais matinais “saudáveis”.
Eu pensei que estava indo tão bem comendo pão de trigo integral e permitindo somente uma sobremesa diária de 160 calorias, mas na verdade, se o Dr. Lustig está correto, eu estava me envenenando lentamente (e a meus filhos).
Então, eu eliminei os pães e cereais que contêm HFCS. E eliminei o sorvete light, já que a única alternativa para o sorvete light com HFCS é o sorvete light com adoçantes artificiais, os quais eu não defendo.
Agora eu tenho feito maçãs assadas com canela ou mirtilos assados com coco. Isso satisfez meu desejo por doces e cortou minha ânsia por mais sobremesa. Como resultado, perdi os últimos quilos extras com os quais eu lutava há anos e permaneço em forma e saudável.
Tysan Lerner é instrutora de saúde e personal trainer certificada. Seu website é www.lavendermamas.com