França tem grande êxodo de empresas e empresários

18/04/2014 12:58 Atualizado: 18/04/2014 13:20

O jornal Folha de São Paulo reproduziu ontem reportagem do New York Times sobre o êxodo de empresas e empresários do país, em busca de ambientes mais amigáveis e propícios aos seus negócios. Segundo a matéria:

“Um êxodo de empresários e de jovens está em curso, em um momento no qual a França mais precisa deles. O país teve baixo crescimento econômico nos últimos cinco anos, tendendo à estagnação, e aumento do índice de desemprego, atualmente em cerca de 11%.

Empresários ricos também estão partindo. Enquanto novatos reclamam das dificuldades para abrir um negócio, os que o conseguiram dizem que a sociedade estigmatiza o sucesso financeiro. A eleição do presidente François Hollande, membro do Partido Socialista que certa vez declarou: “Não gosto dos ricos”, não ajudou a desfazer essa impressão.

Neste ano, porém, Hollande apresentou várias propostas para tornar a França mais atraente para empresários e negócios, enquanto tenta preservar o modelo de proteção social do país.”

Não sei não, mas acho que o esforço do governo francês será em vão.  Há muitos entraves a serem retirados antes que aquele país volte a ser atrativo ao empreendedorismo, a começar pelo imposto de 75% sobre as rendas anuais superiores a um milhão de Euros.  Para quem quiser se aprofundar mais um pouco no tema, Rodrigo Constantino tratou do assunto aqui, e eu aqui.

O que me perturba, entretanto, pois não consigo compreender, é a preocupação exagerada dos franceses com o êxodo de seus milionários.  Afinal, quanto menos gente rica, menores serão as desigualdades sociais, sonho dourado de onze em cada dez esquerdistas.  Basta fazer as contas.  De fato, deveriam estar comemorando, não se queixando.

Mas deixa pra lá.  Coerência nunca foi o forte dos franceses, nem dos socialistas.

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo

Esse conteúdo foi originalmente publicado no portal do Instituto Liberal