As forças de segurança da França reforçaram a segurança de locais públicos para o feriado de Natal nesta terça-feira, após três atos de violência separados em três dias que deixaram um morto e cerca de 30 feridos e aumentaram os temores sobre ataques de radicais islâmicos.
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Na noite de segunda-feira, um homem jogou uma van sobre um mercado lotado por consumidores de Natal na cidade de Nantes, ferindo 10 pessoas. Uma das vítimas, um homem de 25 anos, morreu em decorrência dos ferimentos
O motorista da van sobreviveu e estava sendo interrogado pela polícia.
O incidente aconteceu um dia após um outro homem, gritando “Allahu Akbar” (“Deus é o maior”), ferir 13 pessoas em um ataque semelhante na cidade de Dijon. No sábado, um agressor que também gritava “Allahu Akbar” foi alvejado após esfaquear três policiais na região central da França.
“O que estamos vendo com os incidentes em Dijon e Nantes é que eles estão criando reações repetidas”, disse o primeiro-ministro Manuel Valls após determinar o envio de 200 a 300 soldados extras para patrulharem zonas como a avenida Champs-Elysees, em Paris, e os principais bairros de lojas.
Cerca de 780 soldados já haviam sido enviados para realizar patrulha nas ruas.
A França já estava em estado de alerta após os chamados feitos este ano por militantes pedindo ataques contra cidadãos e interesses franceses em represália pelos ataques militares do país a redutos islâmicos no Oriente Médio e na África.
Nota da Agência EFE
A França anunciou nesta terça-feira a morte clínica de uma das pessoas que ficou ferida na véspera em Nantes (oeste), quando um homem jogou sua van contra uma barraca.
“Acabo de me inteirar que houve um falecimento em Nantes”, declarou o presidente François Hollande, e depois que seus assessores esclareceram que se tratava da morte clínica de uma das pessoas feridas no incidente.
Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas, cinco delas gravemente, quando o homem investiu sua van contra uma feira natalina no centro da cidade de Nantes.
O motorista do automóvel também ficou gravemente ferido. Segundo um dos policiais, o agressor se esfaqueou nove vezes.
“Até o momento, nenhum depoimento se refere a uma reivindicação religiosa”, completou a mesma fonte consultada pela AFP.
O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, garantiu se tratar do ato de um “desequilibrado”.
Mais cedo, a Procuradoria de Nantes havia dito que este foi um “ato isolado” e descartou que tenha sido “um ato terrorista”.
Uma testemunha contou à AFP que o motorista lançou o veículo contra uma barraca que servia o tradicional vinho quente, na frente da qual havia várias pessoas.
Segundo uma fonte ligada ao caso, o autor é um homem de 37 anos, conhecido da polícia por roubos cometidos em 2006 e por depredarão de veículos, em 2008.
No carro, os agentes encontraram uma caderneta com anotações sobre dificuldades psicológicas e familiares.
Na segunda-feira, as autoridades francesas pediram calma à população e que se evite conclusões precipitadas, após os dois ataques ocorridos no fim de semana contra policiais e civis, aos gritos de “Alá é grande”.
A Procuradoria também informou que o homem que atropelou 13 pessoas no domingo sofre de uma “patologia psiquiátrica grave há tempos”, descartando que tenha cometido um “ato terrorista”.
O primeiro-ministro francês Manuel Valls, por sua vez, anunciou nesta terça-feira a mobilização de 200 a 300 militares adicionais durante o período das festas de fim de ano em resposta aos ataques dos últimos três dias na França.
Esses efetivos se somarão aos 780 militares já mobilizados dentro do plano Vigipirate.
“As patrulhas da polícia e da Gendarmeria serão reforçadas com prioridade nos pontos de alta frequência: zonas comerciais, centro das cidades, estações ferroviárias e terminais de ônibus”, afirmou Valls.