Essas anãs brancas estão situadas no aglomerado Hyades na Constelação de Touro
O Telescópio Espacial Hubble da NASA descobriu restos planetários semelhantes aos da Terra, devido a suas características rochosas, em torno de um par de estrelas moribundas anãs brancas no aglomerado Hyades, localizado aos 625 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Touro.
O espectrógrafo do telescópio identificou a presença de baixos níveis de silício e carbono em suas atmosferas, informou a NASA.
O silício é um ingrediente importante do material rochoso que constitui o planeta Terra e outros planetas rochosos de nosso sistema solar. O carbono, explica a NASA, ajuda a determinar as propriedades e a origem dos restos planetários, mas geralmente ele já está bastante esgotado ou ausente.
“Identificamos evidências químicas dos componentes básicos dos planetas rochosos”, disse Jay Farihi da Universidade de Cambridge na Inglaterra.
Farihi, o autor de um novo estudo publicado no periódico da Sociedade Real de Astronomia, explicou que essas estrelas certamente formaram sistemas planetários no passado e “há uma boa chance de que ainda existam resquícios”.
“O material que observamos é uma prova disso. Os destroços são tão rochosos como os organismos terrestres mais primitivos do nosso sistema solar.”
Para a NASA, isso significa que os planetas rochosos, provavelmente, como a Terra são comuns em torno de estrelas e o cenário atual de uma anã branca moribunda e os restos circundantes “oferecem um vislumbre do que acontecerá com nosso próprio sistema solar, quando o Sol se esgotar após cerca de cinco bilhões de anos”.
Farihi sugere no estudo que pedaços de asteroides menores de 160 km de largura, provavelmente foram despedaçados pelas fortes forças gravitacionais das estrelas anãs brancas. Estes asteroides seriam compostos dos mesmos materiais que formam planetas como a Terra.
O estudo propõe que o material pulverizado dos asteroides formou um anel em torno da estrela e, finalmente, foi canalizado para as estrelas mortas.
“O silício pode ter vindo de asteroides que foram triturados pela gravidade das anãs brancas”, diz o estudo. Isso ocorreu quando eles chegaram muito perto das estrelas.
Farihi observa que, da mesma forma, quando nosso Sol se fundir, o equilíbrio das forças gravitacionais entre o Sol e Júpiter mudará, o que alterará o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Os asteroides que orbitam muito perto do Sol se fragmentarão e os detritos poderiam ser atraídos para formar um anel em torno do Sol morto.
“Normalmente, as anãs brancas são como pedaços de papel em branco, que contêm apenas elementos de hidrogênio e hélio”, explica Farihi, acrescentando que estas se contaminariam com os detritos rochosos.
As duas Hyades “contaminadas” fazem parte de cerca de 100 anãs brancas, das quais a equipe procura restos planetários.
A pesquisa foi liderada por Boris Gänsicke da Universidade de Warwick na Inglaterra, que contou também com Detlev Koester da Universidade de Kiel na Alemanha, que utilizam modelos computacionais complexos para estudar a atmosfera das anãs brancas.
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