Fósseis alienígenas descobertos em meteoritos?

21/04/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 19:24

Esquerda: Imagem eletrônica de restos mineralizados no meteorito Orgueil de filamentos adelgaçados e polarizados (diâmetro ~ 1 to 2.5 μm) com heterocistos identificáveis interpretados como formações típicas de cianobactérias Calothrix spp. Direita: Filamento vivo de Calothrix spp. Com diâmetro ~ 0.8 μm e um heterocisto basal do Rio White, Washington, EUA. (Jornal de Cosmologia/JournalofCosmology.com)

Um astrobiólogo afirma ter descoberto microfósseis alienígenas dentro de certos meteoritos que são semelhantes a algas cianobactérias encontradas na Terra. Ele publicou suas descobertas no Jornal de Cosmologia no dia 4 de março.

A alegação está sendo revisada atualmente por cerca de 100 peritos, e foi recebida tanto com entusiasmo como com ceticismo.

O Dr. Richard B. Hoover, um cientista da NASA do Centro de Voo Espacial Marshall, em Huntsville, Alabama, EUA, utilizou um microscópio eletrônico de varredura para examinar as seções dos meteoritos carboníferos Alais, Ivuna, e Orgueil CI1.

Este grupo quimicamente primitivo de meteoritos contém uma quantidade elevada de água, até 22%, com uma composição formada pelo acréscimo de vários tipos de pó e outras matérias presentes no início do sistema solar.

Hoover observou dentro destes meteoritos uma grande e complexa variedade de corpos filamentosos fossilizados, que se assemelham a comunidades de cianobactérias que crescem na lama ou em sedimentos de barro na Terra.

Análises químicas das amostras revelaram ausência de nitrogênio nos filamentos, o que indica que são “restos de formas de vida extraterrestre que cresceram nos corpos dos meteoritos quando a água líquida estava presente, muito antes dos meteoritos entrarem na atmosfera da Terra”, escreveu Hoover no estudo.

“Esta descoberta tem implicações diretas na distribuição da vida no Cosmos e a possibilidade de vida microbiana em regimes de água líquida de núcleos de cometas que viajam dentro da órbita de Marte e em luas geladas com oceanos de água líquida, como Europa e Enceladus”, observou ele.

“O que é emocionante e extraordinário é que, embora muitas das bactérias se assemelhem e possam ser associadas com espécies genéricas na Terra, há outras que são completamente estranhas”, disse Hoover num comunicado de imprensa. “Nem eu nem outros especialistas, que viram as provas, têm qualquer ideia do que estas criaturas possam ser.”

“Acredito que estes resultados indiquem que a vida não está restrita à Terra, mas está amplamente distribuída, mesmo fora do nosso sistema solar”, acrescentou.

O Dr. Rudy Schild, do Centro para Astrofísica de Harvard-Smithsonian, é o editor-chefe do Jornal de Cosmologia. Schild publicou uma declaração com o estudo, descrevendo Hoover como “um cientista altamente respeitado e um astrobiólogo com um registro de realizações respeitáveis na NASA.”

“Dada a natureza controversa de sua descoberta, convidamos 100 especialistas e fizemos um convite geral para mais de 5 mil cientistas da comunidade científica para reverem o periódico e oferecerem a sua análise crítica”, escreveu Schild.

Estes comentários, tanto os a favor quanto os contra os achados, estão sendo publicados online com o estudo original de 7-10 de março.

“Nenhum outro estudo na história da ciência passou por uma análise tão completa, e nenhum outro periódico científico na história da ciência disponibilizou tão profundo e importante estudo à comunidade científica para ser comentado antes da publicação”, escreveu Schild.

“Acreditamos que a melhor maneira de avançar a ciência, é promover o debate e a discussão.”

Imagem (6000X) de um filamento (11) mostrando células de formas variadas. (Jornal de Cosmologia/JournalofCosmology.com)

Imagem eletrônica de um filamento do meteorito Ivuna com glóbulos (S) ricos em enxofre, e terminações arredondadas (R) com tamanho, morfologia e composição interna similares as das bactérias terrestres. (Jornal de Cosmologia/JournalofCosmology.com)

Filamento do meteorito Ivuna CI1 (diâmetro 0.8 μm) com linhas C escuras, parcialmente envolvido numa bainha rica em carbono. (Jornal de Cosmologia/JournalofCosmology.com)

Um Filamento colapsado (9) e uma bainha espiralada vazia (10). (Jornal de Cosmologia/JournalofCosmology.com)

Leia o artigo da pesquisa aqui.