O lugar mais profundo do mundo fica no oceano Pacífico, a 11.034 metros de profundidade, próximo às Ilhas Marianas, no território marítimo das Filipinas. É a Fossa das Marianas. Fica onde duas placas tectônicas se encontram e é um dos lugares de grande atividade sísmica do Pacífico.
Para termos uma ideia dessa profundidade, o ponto mais alto da Terra, o Monte Everest, tem 8.850 metros de altura e, se fosse colocado no fundo da Fossa das Marianas, ainda seriam necessários mais de dois quilômetros para se alcançar a superfície. A dificuldade para estudar o fundo do mar nessa profundeza continua imensa: a pressão no local é cerca de mil vezes a pressão na superfície terrestre e a visibilidade é zero, escuridão total.
Até o momento, apenas quatro submersíveis exploraram o fundo da Fossa das Marianas. O primeiro foi o batiscafo americano de fabricação suíça Trieste, da marinha dos EUA, tripulado pelo tenente americano Don Walsh e pelo cientista suíço Jacques Piccard, que passaram 20 minutos no fundo do oceano.
O segundo foi o robô-submarino japonês Kaiko, que fez três expedições ao abismo entre 1995 e 1998. Kaiko se perdeu no mar. O Kaiko foi o primeiro veículo não tripulado a visitar o local. Atualmente, os aparelhos mais aptos a descer a grandes profundidades chegam até profundidades de 7.000 metros, o que permite aos cientistas explorar apenas 95% do fundo do mar.
O terceiro robô-submarino a descer às profundezas da Fossa das Marinas o cineasta James Cameron, em 2012, numa expedição chamada Deep Sea Challenge. James Cameron permaneceu lá, sozinho, durante três horas numa aventura pessoal que lhe custou uma verdadeira fortuna.
“É um mundo totalmente alienígena”, disse James Cameron, descrevendo a paisagem que viu. Possivelmente, a humanidade sabe mais sobre Marte do que sobre a Fossa das Marianas.
Só agora estudos mais completos e detalhados começam a ser realizados por meio do robô-submarino americano Nireu, desenvolvido pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole. Nireu consegue operar sob pressão elevadíssima, mil vezes maior do que a do nível do mar. É capaz é de ir mais fundo que qualquer outro robô-submarino e pode filmar e coletar amostras do fundo do mar. O Nireu é alimentado por baterias elétricas e pode operar continuamente até 36 horas.
Além de pesquisa biológica, o Nireu permite estudar as zonas de terremotos e vulcões mais ativas da Terra, que consistem em falhas geológicas localizadas nas fossas oceânicas.
As profundezas dos oceanos é um local que pouco conhecemos, que conhecemos até menos que o planeta Marte; é um imenso mundo ainda a ser explorado.