De acordo com a classificação da Revista Forbes dos 10 governantes mais ricos do mundo, a fortuna de Fidel Castro tem crescido muito nos últimos anos, dado que em 2003 era estimada em 110 milhões. Dois anos depois (2005), ela cresceu para 550 milhões (uma quantia cinco vezes maior), segundo matéria da agência EFE divulgada no jornal uruguaio El Observador.
Sua fortuna chegou a 900 milhões em 2012, ou seja, seu patrimônio praticamente dobrou. “Nós supomos que ele tem o controle econômico do país através de uma rede de empresas estatais, incluindo o Centro de Convenções, Cimex, lojas de varejo e a empresa Medicuba, que vende vacinas e outros produtos farmacêuticos produzidos em Cuba”. Parte da fortuna advém também da produtora de rum Havana Club, que foi vendida por 50 milhões de dólares à francesa Pernod Ricard. Segundo dizem especialistas, a cifra mencionada só pode ter sido reunida dessa forma.
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Em 2012, o presidente cubano era o sétimo líder mais rico do mundo, segundo a Forbes. As rainhas Elizabeth da Inglaterra e Beatriz da Holanda ficaram abaixo de Fidel na classificação, cuja fortunas somadas foi estimada em 800 milhões de dólares. Acima dele, porém, ainda estavam: rei da Arábia Saudita, Abdullah Bin Abdelaziz, que estava no topo da tabela, com 21 bilhões de dólares, seguido pelo sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, com 20 bilhões; o Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Khalifa bin Zayed Al Nahyan, com 19 bilhões de dólares; o Emir de Dubai, Rashid bin Mohamad, com 14 bilhões, o príncipe de Liechtenstein, Hans-Adam, com 4 bilhões, ou Príncipe de Mônaco, Albert II, com um bilhão de dólares.
O estudo de 2012 aponta que Fidel passou para trás fortunas como: do presidente africano da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que somava 600 milhões; da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, com US 500 milhões e, finalmente, da Rainha Beatriz da Holanda, com 270 milhões.
Como se explica a riqueza de Fidel Castro?
É o que mostra o analista político equatoriano Héctor Cespede, conforme matéria no site Al Final:
Grande parte dos frutos gerados pela economia cubana vai para os bolsos de Fidel, que com a outra parte paga a fidelidade dos generais que mantêm sob mão de ferro o povo cubano. Além disso, a venda do petróleo da Venezuela, 40% do turismo de negócios e a venda de moeda estrangeira na ilha tornaram-se monopólio absoluto dos irmãos Castro há várias décadas.
Mensalmente, os irmãos Castro se apropriam de cerca de 30 milhões de dólares, segundo fontes de inteligência. Alguns exemplos do patrimônio de Fidel Castro: 30 mansões espalhadas pelo país; a casa onde Fidel mora, que tem sua réplica exata no subterrâneo, que serve como abrigo antinuclear onde se pode, teoricamente, permanecer 12 meses sem sair e que o povo cubano desconhece; a frota de Mercedes Benz blindados de Fidel. Os irmãos também adquiriram um avião Iliuchin particular de mais de 100 milhões de dólares e outro VIP, que estão prontos 24 horas por dia para realizar a fuga da família no caso da queda do regime; seus helicópteros particulares; a ilha particular em Cayo Piedra, etc.
Ex-segurança de Fidel Castro revela vida luxuosa do ditador
“Apesar do que sempre fala, Fidel nunca abandonou os confortos capitalistas, nem escolheu viver com austeridade. Muito pelo contrário, o seu modo de vida é de um capitalista sem limites”, diz o ex-guarda-costas do “Comandante ” no livro “La Vie Cachee Fidel Castro”, com possível tradução de “A Vida Oculta de Fidel Castro”, segundo divulgado em matéria do Portal Conservador.
O livro escrito pelo jornalista francês Axel Gylden conta a história que nenhum idealista quer ouvir: o “paraíso socialista” é governado há 55 anos por homens que vivem com luxos inimagináveis para muitos líderes de avançados países capitalistas.
Em entrevista ao The Guardian, Gylden adiantou alguns detalhes chocantes. Por exemplo, o ex-presidente cubano vive na ilha privada de Cayo Piedra, localizada ao sul da Baía dos Porcos. Conforme descrito por Sanchez, lá foi construído um Jardim do Éden.
Para sair desse paraíso para o resto de Cuba usa um iate de luxo, a Aquarama II, construído com madeira importada de Angola e quatro motores doados por Leonid Brezhnev, um dos últimos presidentes da União Soviética. Por terra, geralmente se movem em Mercedes-Benz.
Porém as propriedades de Castro, não estão limitadas a estas. Em Havana tem sua própria mansão, incluindo um Bangalore com porto, um centro médico, uma quadra de basquete e até mesmo uma pista para jogar boliche no telhado.
Entre outras extravagâncias, o ex-presidente sempre se move com uma escolta de dez seguranças. Dois deles devem ter o mesmo tipo de sangue e fator, a ser potenciais doadores, se necessário.
Além de fumar os melhores charutos cubanos, é um amante do uísque. Seu favorito é o caríssimo Chivas Regal, importado da Escócia.
As denúncias de Sánchez mostram que seu estilo de vida está longe de ser a negação de que sempre se vangloriou. Nas últimas décadas, ele passou como chefe de governo a acordar tarde e somente começar a trabalhar, depois do meio-dia. Quando era visitado por um de seus amigos, como o recentemente falecido Gabriel García Márquez, passava grande parte do dia em caça submarina em sua ilha particular.
“Era como um deus. Eu degustava cada palavra que ele falava e acreditava em tudo que dizia , seguindo-o em todos os lugares e também teria morrido por ele.” Assim sentia Sanchez e muitos daqueles que serviram Castro.
Mas então eu percebi que muitas coisas estavam erradas. O líder sentia que “Cuba lhe pertencia.”
“Foi o seu amor pela maneira de ser semelhante a um proprietário de terras do século XIX. Para ele, a riqueza era um instrumento de poder, de sobrevivência política e de proteção pessoal”, diz ele. E eu continuei lembrando como ele guardava centenas de diamantes em uma caixa de charutos Cohiba, acrescenta: “Às vezes, Fidel tinha a mentalidade de um pirata do Caribe”.
“Esta é a primeira vez que alguém do círculo íntimo de Castro fala, alguém que fazia parte do sistema e foi testemunha ocular dos eventos que descreveu. Isso muda a imagem que temos dele. Não apenas seu estilo de vida contradiz suas palavras, mas colocam em questão a sua psicologia e motivações “, resume o autor do livro.