As formigas zumbis, ou formigas carpinteiras parasitadas, são mais frequentes do que se pensava com a descoberta de quatro novas espécies de fungos “zumbis” no Brasil, segundo uma pesquisa publicada na revista online PLoS ONE em 2 de março de 2011.
Os fungos identificados recentemente pertencem ao gênero Ophiocordyceps e são encontrados na floresta pluvial atlântica brasileira, “o local mais degradado em termos de biodiversidade do planeta”, segundo um comunicado de imprensa, onde resta somente 8% do habitat original.
Os fungos controlam quimicamente a mente das espécies de formigas carpinteiras que eles infectam, conduzindo-as para longe de suas colônias a uma folha onde os parasitas podem se reproduzir. Chegando ao destino, a formiga morde a nervura de uma folha, chamada de “mordida da morte”, e morre, ao que o fungo germina um corpo de frutificação da cabeça da formiga e envia esporos para infectar novas formigas.
As quarto novas espécies de fungos controladores de mente foram nomeados pelo Dr. Harry Evans, o Dr. Simon Elliot, e o Dr. David Hughes, que constataram que duas das novas espécies germinam de outras partes do corpo das formigas zumbis, tal como dos pés e das articulações das pernas.
Os pesquisadores estudaram como parasitas como estes manipuladores-de-formigas lidam com a fragmentação dos habitat, mostrando que os locais de alta altitude onde as espécies coexistem tornaram-se notavelmente mais secos e quentes.
Eles redigiram um relatório de acompanhamento das suas descobertas a respeito da probabilidade das muitas desconhecidas e complexas interações entre espécies que existem em habitats ameaçados.
Hughes acredita que as formigas podem sobreviver às mudanças no clima local, mas “os fungos não podem”, segundo um blog do PLoS ONE.
“O que acreditamos que veremos é o evento de extinção do fungo que acabamos de descrever”, disse o pesquisador, explicando que os fungos são essencialmente aquáticos, e, portanto, mais sensíveis ao clima seco.