Colônias de formigas podem não ser tão organizadas como se pensava, segundo um estudo publicado online na Public Library of Science em 20 de maio.
No passado, acreditava-se que redes sociais, como colônias de formigas, tinham uma estrutura unificadora, em que partes interativas autodirigidas contribuíam para alcançar objetivos maiores.
“Pense numa cidade com muitas pessoas ou na internet com muitos computadores”, disse o coautor Benjamin Blonder da Universidade do Arizona num comunicado de imprensa. “Você tem todas estas peças fazendo suas próprias coisas e de alguma forma alcançando uma função maior.”
Os cientistas transpuseram quatro tamanhos diferentes de colônias selvagens de formigas Temnothorax rugatulus para o laboratório, e registraram cerca de 9 mil interações sensoriais entre 300 e 400 indivíduos usando vídeo de alta definição.
Formigas podem ver, mas a maioria dos seus estímulos sensoriais considera-se ser realizado por tato químico-sensorial.
“Para entender uma rede de interação social, você precisa saber quem são todos os indivíduos”, disse Blonder. “Você precisa ser capaz de distinguir dois indivíduos quaisquer. Conseguimos isto pintando cada formiga com um código de cor única.”
Surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que as formigas não propagam informação de forma eficiente, e na verdade são menos eficientes do que se estivessem apenas batendo umas nas outras de forma aleatória.
“Fomos capazes de mostrar que as formigas reais consistentemente apresentaram taxas de fluxo de informação que foram menores que a expectativa”, disse Blonder. “Não só elas são ineficientes, como são mais lentas do que aleatório. Elas na verdade evitam umas as outras.”
Blonder disse que o estudo levantou uma grande questão sobre por que as mensagens não são transmitidas de uma parte da colônia para outra quando parece haver uma abundância de boas razões para que isto seja a melhor estratégia.
Talvez as formigas sejam responsáveis por diversas áreas e só se comuniquem com outros indivíduos dentro desta área. Alternativamente, como Blonder disse: “Se você gastar muito tempo interagindo, então você não está realmente fazendo nada.”
O estudo também enfatiza a importância do tempo nas interações de redes sociais.
“Em alguns contextos é claramente melhor não divulgar informações tão rapidamente, então, a questão torna-se entender em que contexto a divulgação rápida é eficiente e em que contexto não é bom”, disse Blonder.