Dois filmes da Galeria Nacional (The National Gallery), em Londres, exploram como os artistas transformam pigmentos em deslumbrantes obras de arte e a ciência utilizada para identificar as matérias-primas da pintura.
Os trabalhos do Departamento Científico tem como objetivo entender os materiais, comportamentos e estabilidade da cor, ajudando conservadores e curadores a não somente entender que as obras podem mudar com o tempo, mas também como melhor preservá-las para o futuro.
No primeiro filme, sobre a cor púrpura, se explica que tradicionalmente esta cor era obtida misturando pigmentos vermelho e azul, o que dava origem a púrpuras de diferentes intensidades e tons. As amostras das pinturas famosas, normalmente retiradas da parte de dentro do quadro ou dos cantos, é analisada em microscópios para avaliar o comportamento do púrpura ao longo do tempo.
“O pimento azul desta tinta púrpura contém cobre, identificado como o mineral azurita. O pigmento vermelho contém alumínio, o que é característico das lacas vermelhas”.
Os pigmentos vermelhos são provenientes de insetos como o kermes e a cochonilha, ou de plantas, como a raiz de garança. O filme mostra como os corantes vermelhos tendiam a perder a cor, por meio do exemplo de uma pintura em que as mangas originalmente eram púrpuras, mas ficaram azuis, devido o pigmento vermelho ter desbotado.
O segundo filme mostra os verdes, e como obter diferentes aparências da tinta nos quadros. Esta aparência, não depende apenas do pigmento usado, mas sim, dos ingredientes que unem o pigmento e na tela, como o óleo de linhaça ou noz e a gema de ovo.
“Pigmentos misturados com óleo produzirão um acabamento brilhante. Pigmentos misturados com a gema do ovo, terão uma aparência plana, mate”.
A cor têmpera de ovo era usada pelos artistas italianos do século XIII e XV como base para pintura da cor de pele. Esses verdes eram usados para sugerir sombras e modelar o formato do rosto. O verde têmpera de ovo seca muito rápido, assim não se mistura com as cores adicionadas em cima.
O filme exemplifica que as cores das faces verdes de pinturas renascentistas, podem ter ficado assim devido ao desbotamento da cor do pigmento colocado em cima, revelando a base da pintura em verde.
Pinturas a óleo, secam lentamente, e por isso podem ser manipuladas na superfície do quadro. Alguns pigmentos são opacos e outros podem ser usados para fazer um polimento translúcido. Polimentos podem ser construídos em camadas para produzir uma cor profunda e brilhante que pode imitar cetins brilhantes, lãs finas, veludo e damasco de seda.