Filme coreano retrata roubo de órgãos na China

31/07/2014 15:54 Atualizado: 31/07/2014 15:54

SEUL – Um filme sobre a extração de órgãos na China foi avaliado o filme de maior destaque exibido atualmente na Coreia pelo popular portal coreano Daum.

A trama de “Os Traficantes” tem origem numa história verdadeira. Em 2009, um casal coreano recém-casado viajou para a China, onde a mulher foi sequestrada e depois assassinada, tendo todos os seus órgãos roubados.

No filme, Sang Ho (Daniel Choi) e Chae Hee (Jung Ji Yoon) estão num cruzeiro de viagem para Weihai na China. Sang Ho descobre que sua esposa e todos seus pertences desapareceram do quarto depois que ele saiu para desfrutar a brisa. Sang Ho possui apenas seis horas antes que o cruzeiro chegue a seu destino e então ele começa uma busca urgente por Chae Hee.

Em outro quarto no cruzeiro, Chae Hee se encontra numa mesa de operação. Um grupo de homens a coloca para dormir e começa a operar em seu corpo. Chae Hee acorda da anestesia e Sang Ho a ouve do lado de fora do quarto.

O filme revela uma cadeia de tráfico de órgãos entre a China e a Coreia envolvendo cirurgiões, policiais chineses, funcionários aduaneiros e empresários.

Para fazer o filme, o diretor Kim Hong-seon começou em 2009 a estudar os detalhes do comércio e da colheita de órgãos na China. Ele espera expor as práticas secretas da colheita de órgãos ao público através do filme.

“[Essa prática] ignora a dignidade da vida humana. Aqueles que estão envolvidos nisso, se existem, não são humanos, mas bestas”, comentou o ator Lim Chang Jung. Lim filmou várias cenas perigosas para o filme na China, incluindo uma que lhe causou uma fratura óssea.

Desde o começo do transplante de órgãos na China, no início de 1970, os médicos chineses foram conhecidos por usarem órgãos retirados de prisioneiros executados.

Em março de 2006, o Epoch Times divulgou como a colheita forçada de órgãos de praticantes vivos da disciplina espiritual do Falun Gong ocorre na China. Com o uso de órgãos de praticantes, os transplantes de órgãos se tornaram muito mais comuns na China e a colheita de órgãos se tornou um negócio lucrativo para os hospitais em todo o país.

O Falun Gong é uma prática de meditação tradicional chinesa que tem sido perseguida pelo regime comunista chinês desde 1999.

David Kilgour, um ex-membro do parlamento canadense e secretário de Estado (Ásia-Pacífico), e o advogado canadense de direitos humanos David Matas publicaram em julho de 2006 o primeiro relatório abrangente sobre a extração de órgãos na China, que depois virou o livro ‘Colheita Sangrenta’.