Filho de alto oficial chinês persegue seus torturadores

23/12/2012 19:39 Atualizado: 23/12/2012 19:39
(China Photos/Getty Images)

Zhu Qunqun é filho de um oficial comunista chinês de alto escalão que sofreu tortura brutal durante 15 dias em 2009 por praticar o Falun Gong, uma disciplina espiritual chinesa.

Zhu Qunqun, de 40 anos, e seu irmão, residentes da cidade de Yangcheng, na província de Jiangsu, começaram a praticar o Falun Gong em 1995. Seu tio, Zhu Bin, é atualmente o presidente do Comitê Consultivo Político Popular da China (CCPPC) e um membro sênior do Partido Comunista Chinês (PCC) em Yangcheng.

Na tarde de 15 de outubro, homens do departamento de polícia invadiram o escritório alugado de Zhu Qunqun e o levaram sem qualquer mandado. Seus sócios também foram convocados para interrogatório sem qualquer proteção ou processo legal.

Depois de chegar a uma delegacia de polícia, Zhu Qunqun foi então transferido para outra delegacia onde foi imediatamente amarrado a um dispositivo de tortura chamado banco do tigre, usado para forçar a vítima a se sentar numa tábua com as mãos atadas atrás das costas e as pernas amarradas na tábua, nessa posição objetos são colocados sob os pés forçando os joelhos tremendamente. Manter a vítima nesta posição por um longo período provoca imensa agonia e muitas vezes lesões permanentes nos joelhos e nas pernas.

Zhu Qunqun foi coagido a admitir que tivesse imprimido e distribuído materiais sobre a perseguição ao Falun Gong na China diante de uma dúzia de oficiais de interrogatório.

No dia seguinte, ele foi enviado para um centro de lavagem cerebral, chamado de “Hotel Saudável”, porque tinha sido pouco cooperativo com os oficiais. Isso levou a mais tortura e interrogatório.

Surpreendentemente, Zhu Qunqun descobriu que um dos policiais, Cai Bin, escalado para o primeiro turno de suas sessões de tortura, era um antigo colega de escola que ele não via há quase duas décadas.

Consequentemente, nos dias que se seguiram, Cai Bin foi o único oficial que não torturou Zhu Qunqun devido à amizade ou consciência. O oficial Cai Bin inclusive permitiu que seu velho colega de classe dormisse e tomasse banho em seu turno.

Cai Bin também pediu a seus colegas para “mostrarem misericórdia” por Zhu Qunqun, mas ele foi transferido cinco dias depois, suspeito de ser um traidor por outros agentes. Mais tarde ele foi investigado por sua conduta quando Zhu Qunqun foi colocado no centro de lavagem cerebral.

A tortura e interrogatório de Zhu Qunqun intensificaram após a partida de Cai Bin da equipe de interrogatório. Dezenas de policiais e oficiais da Agência 610 chegaram e começaram um esforço sem fim para extrair uma confissão forçada de Zhu Qunqun. “Eu sentia que cada segundo era imensamente longo, eu me sentia queimando incessantemente”, escreveu Zhun Qunqun num artigo publicado na edição chinesa do Epoch Times.

Pelos próximos 15 dias, Zhu Qunqun perdeu a consciência cinco vezes devido aos abusos.

Ele escreveu em seu artigo, “Li Shouming, um dos oficiais de interrogatório, frequentemente me acordava abruptamente derramando copos d’água fria na cabeça. Às vezes, eles me acordavam com um tapa na cara ou batendo na mesa. Sempre que eu apagava por dois ou três segundos, eles usariam tal tratamento, que me deixou seriamente prejudicado fisicamente. Quando fui transferido para o campo de trabalho Fang Qiang, eu acordava pelo menos 20 vezes num período de seis horas de sono.”

Outros policiais também evitaram torturar Zhu Qunqun e alguns até o ajudaram.

Os longos 15 dias de inconsciência e abuso chegaram ao fim, com Zhu Qunqun perseverante em sua crença, não tendo admitido qualquer coisa e ainda se recusando a assinar um documento de arrependimento por praticar o Falun Gong.

Sendo filho de um alto oficial do PCC, Zhu Qunqun tem muitos amigos de alta patente no sistema, que ficaram irritados ao saber de sua experiência. Muitos deles o ajudaram mais tarde a rastrear os que o perseguiram.

“Coletamos algumas evidências da perseguição a praticantes do Falun Gong na cidade de Yangcheng e os fatos são aterrorizantes. Nos últimos anos, eles têm sido torturados pela obtenção de confissões e repetidamente sofreram intoxicação no processo. Sabemos que o chefe de polícia não se atreveria a dar tais comandos e o mesmo vale para o secretário local do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL)!”, disse Zhu Qunqun.

“Muitos praticantes do Falun Gong ainda se recuperam de intoxicação até hoje. Esta perseguição desumana não é destinada ao Falun Gong?”, escreveu Zhu Qunqun em seu artigo.

Recentemente, um familiar escreveu uma carta de desculpas em nome de um dos oficiais culpados, implorando por misericórdia, que foi publicada pelo Epoch Times.

Zhu Qunqun e seu irmão, que também foi perseguido, têm exigido que a Agência 610 e o CAPL local entreguem as gravações de vigilância de seus interrogatórios.

Após saberem dessas demandas, os departamentos envolvidos na perseguição ficaram assustados, segundo um praticante local do Falun Gong que teria sido informado pela polícia.

De acordo com o Minghui, um website do Falun Gong, os oficiais locais da Agência 610 tentaram negociar com os irmãos, mas os dois permaneceram impassíveis em suas demandas.

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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.