Filha busca tratamento médico para o pai, prisioneiro de consciência na China

21/11/2014 13:21 Atualizado: 21/11/2014 13:21

A filha de um prisioneiro de consciência que esteve preso durante 15 anos pretende pedir ao regime chinês que permita a seu pai ir aos Estados Unidos para poder receber tratamento médico.

Wang Zhiwen foi ex-coordenador da Associação de Pesquisa do Falun Dafa em Pequim. Isso foi antes da perseguição ao Falun Gong (também conhecido como Falun Dafa) iniciada em julho de 1999. Wang foi preso na manhã de 20 de julho de 1999, dia em que o regime chinês iniciou campanha para tentar erradicar o Falun Gong. Em dezembro do mesmo ano, Wang foi pesadamente sentenciado a 16 anos de prisão por não renunciar à sua crença na prática espiritual Falun Dafa.

Wang foi solto em 18 de outubro deste ano, mas foi imediatamente transferido para um centro de lavagem cerebral. Graças à pressão internacional, Wang pôde sair do centro de lavagem cerebral em 2 de novembro, mas foi imediatamente colocado em prisão domiciliar.

Danielle Wang, filha de Wang Zhiwen, disse que seu pai foi brutalmente torturado na prisão, o que lhe causou um derrame e graves lesões. Quase todos os dentes de Wang caíram devido às torturas e suas clavículas, ambas fraturadas, calcificaram em posições incorretas. Wang sofreu vários tipos de tortura como, por exemplo, ser impedido de dormir durante dias e ter bambu espetado sob suas unhas.

Danielle, que é cidadã americana, disse ao jornal Epoch Times que ela vai pedir ao regime comunista autorização para que seu pai possa ir aos Estados Unidos para receber o devido tratamento médico.

O pai de Danielle não tem documento de identidade [que lhe daria direito a um eventual tratamento médico] desde sua detenção e ele não consegue obter um novo porque, devido à estrita vigilância das autoridades de Pequim, ele não tem permissão para sair da prisão domiciliar para fazer isso, diz Danielle.

Sem documento, Wang não tem direito ao seguro de saúde. Wang não tem renda e, mesmo que tivesse, não poderia receber tratamento médico em hospitais pagos sem possuir documentação.

“Vi fotos do meu pai e ouvi a voz dele [ao telefone]. Ele parece não ter forças para falar”, disse Danielle. “Ele sofreu muito. Ele precisa de mim para cuidar dele até que se recupere.”

Danielle disse que o pai sofreu e tem sofrido muito psicologicamente, porque o Partido Comunista Chinês continua sua campanha contra a prática do Falun Gong na China continental, prendendo e torturando os adeptos da prática e fazendo propaganda difamatória sobre o Falun Gong.

O Falun Gong é uma disciplina espiritual de meditação introduzida na China em 1992 por seu fundador, o sr. Li Hongzhi. Devido a seus efeitos benéficos à saúde e elevados valores morais, a prática rapidamente se popularizou em toda a China. Seus praticantes buscam viver de acordo com os princípios guias da prática: verdade, compaixão e tolerância.

Em 1999, mais de 70 milhões de chineses praticavam o Falun Gong. Na época, isso representava mais que número de membros do Partido Comunista Chinês (PCC). O então líder chinês Jiang Zemin achou que uma prática com tantas pessoas poderia ser uma ameaça ao regime.

Em 25 de abril de 1999, cerca de 10.000 praticantes do Falun Gong se reuniram pacificamente em Pequim, fora de Zhongnanhai (sede do PCC e local de reunião de suas lideranças) para pedir ao governo que liberasse alguns praticantes do Falun Gong presos arbitrária e injustamente.

O então primeiro-ministro chinês Zhu Rongji se reuniu e conversou com os representantes dos praticantes do Falun Gong, entre os quais estava Wang Zhiwen. O premiê Zhu cordialmente atendeu ao pedido dos praticantes. No entanto, ainda assim, a perseguição ao Falun Gong foi lançada três meses depois por Jiang Zemin, então presidente da China e secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

Desde então, na China, milhões de praticantes do Falun Gong já foram detidos, torturados e submetidos à lavagem cerebral, sendo que mais de 3.700 mortes já foram documentadas pelo Minghui, um website administrado por praticantes do Falun Dafa que vivem fora da China. Mas o número de mortes por tortura e abusos é certamente muito maior, embora a censura e o bloqueio à informação por parte das autoridades comunistas chinesas dificulte a coleta de dados. Ademais, conforme investigações confirmaram, dezenas de milhares de praticantes do Falun Gong, mas também uigures muçulmanos, tibetanos e critãos domésticos, foram mortos para a extração forçada de seus órgãos, que servem como principal fonte de abastecimento do lucrativo comércio de órgãos para transplante na China.