O Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, encerrou ontem (29) seu programa de compra de títulos e sinalizou confiança de que a recuperação econômica do país permanecerá nos trilhos apesar de sinais de desaceleração em muitas partes da economia global.
O comunicado desconsiderou a recente volatilidade no mercado financeiro, a desaceleração do crescimento da Europa e a perspectiva de inflação fraca como obstáculos para o progresso a caminho das metas de desemprego e inflação.
O Fed destacou ainda o fortalecimento do mercado de trabalho, afirmando que a capacidade ociosa está “gradualmente diminuindo”. “O Comitê continua a ver força intrínseca suficiente na economia para sustentar o progresso existente na direção do pleno emprego em um contexto de estabilidade de preços”, disse o comitê de política do Fed em comunicado após dois dias de reuniões.
O órgão ainda manteve a mesma percepção sobre a taxa de juros, afirmando que ela permanecerá baixa por um “tempo considerável” após o fim das compras de ativos neste mês.
O momento e o ritmo de alta dos juros vão depender dos indicadores econômicos, disse o Fed. Sobre a inflação, o Fed reconheceu que preços mais baixos de energia e outras forças estão segurando a inflação, mas que, de uma maneira geral, a economia deve progredir para a meta do banco central, de inflação de 2%.
“O Comitê julga que a probabilidade da inflação persistir abaixo de 2% diminuiu um pouco desde o começo do ano”, disse o comunicado.
O presidente do Fed de Mineápolis, Narayana Kocherlakota, foi o único a discordar, alegando que a queda da expectativa de inflação deveria levar o Fed a se comprometer a manter as taxas de juros baixas por mais tempo.
A decisão de terminar o programa de compra de títulos era praticamente dada como certa. As compras mensais tinham sido cortadas de 85 bilhões de dólares para 15 bilhões de dólares como parte da retirada gradual das políticas adotadas pelo Fed para combater a recessão de 2007 a 2009.
Por meio da compra de títulos de bancos e empresas, o Fed capitaliza o setor privado e permite que haja uma maior oferta de crédito ao consumo e aos investimentos.