Negócios com a China diante da perspectiva ocidental

19/09/2012 07:10 Atualizado: 24/09/2012 01:03
Visão do parque industrial de TI de Dalian em 16 de setembro de 2009. Uma vez uma cidade portuária simples na costa nordeste da China, Dalian é agora o centro de terceirização de TI em expansão na China, reunindo dezenas das melhores empresas mundiais de alta tecnologia. (STR/AFP/Getty Images)

Mudanças a caminho

A mídia tem um dia de campo agitado quando qualquer boato curioso que discute a terceirização de empregos vem à luz. O candidato presidencial norte-americano Mitt Romney foi arrastado pelo espremedor por investir na Bain Capital LLC, uma empresa que supostamente lucra pesado investindo em empresas que terceirizam para países como a China.

Por outro lado, a mídia ignora ligeiramente quando se trata de relatar empregos que retornam da China e de outros países ou sobre empresas que percebem que o lucro da terceirização prometida não se concretizou.

“Todo este movimento para a China foi impulsionado por [grandes corporações]. Elas podem montar fábricas na China, têm controle total de sua força de trabalho e tiram o máximo proveito do custo de trabalho e material”, disse Matthew Davidson, chefe das Indústrias Xten de Wisconsin, num artigo no website de negócios Inc.

Produção terceirizada voltando aos EUA

“Com o dólar fraco, os EUA são realmente um lugar mais atraente para fazer negócios”, disse Bill Strauss, o economista-chefe do Banco Federal Reserve de Chicago, conforme relatado pelo Inc.

Realidades econômicas estão lentamente desgastando as vantagens de custo da China, tais como custos de trabalho e de transporte, tornando mais rentável voltar a produzir nos Estados Unidos.

Além disso, a sociedade perdulária norte-americana está desaparecendo por causa do desemprego e da redução salarial. Poupar para um dia de chuva tornou-se popular novamente, reduzindo a necessidade de fornecer ao mercado dos EUA com produtos baratos da China.

“Famílias norte-americanas estão agora sofrendo com as pressões caóticas dos destroços da pós-bolha financeira, desviando sua renda para pagar as dívidas e reabastecer suas poupanças. […] Este corte sem precedentes de gastos dos consumidores norte-americanos já virou do avesso o jogo sobre a dinâmica da economia dos EUA”, sugere um artigo de 7 de setembro no website Seeking Alpha.

Empresas que têm voltado a produção para os Estados Unidos da China incluem a Whirlpool Corp, que está agora fazendo seus misturadores manuais KitchenAid em Ohio. A Starbucks negociou e concluído um acordo com outra empresa de Ohio para fazer suas canecas de café. A Coleman Co. Inc. decidiu produzir seu refrigerador plástico de 16 rodas em Wichita; a Kansas Sleek Audio Inc. está agora produzindo seus fones de ouvido de ponta na Flórida.

Outras empresas que estão retornando a produção para os Estados Unidos da China, por razões tais como a necessidade de redução de custos e uma cadeia de fornecimento confiável, incluem Peerless Industries Inc., Outdoor Greatroom Co. e Watts Water Technologies Inc.

Custos de trabalho estão aumentando em até 20% na China, com o custo líquido do trabalho do setor industrial girando em torno do mesmo valor nos Estados Unidos como na China, por isso, qualquer custo benefício está erodindo.

“Nos próximos cinco anos, os Estados Unidos preveem experimentar um renascimento da fabricação enquanto a diferença salarial com a China encolhe e alguns estados dos EUA se tornam alguns dos locais mais baratos para produção no mundo desenvolvido”, disse Harold L. Sirkin, sócio sênior do Boston Consulting Group Inc., num artigo de agosto de 2011 no website Inbound Logistics.

Embora a China tenha se tornado um local menos desejável para a produção de produtos para o mercado dos EUA, o retorno da terceirização para os Estados Unidos ainda está em sua infância. Ainda existem muitos locais diferentes na China que parecem ser melhores para fabricação do que nos Estados Unidos.

“Produtos que exigem menos trabalho humano e são transformados em volumes modestos, como eletrodomésticos e equipamentos de construção, são mais propensos a mudar a produção para os EUA. Bens que são de trabalho intensivo e produzidos em grandes volumes, como têxteis, vestuário e TVs, provavelmente continuarão a ser feitos no exterior”, segundo o artigo Inbound Logistics.

Perspectiva do custo da terceirização/internalização

“Na primeira parte da corrida para a China, líderes de engenharia e fabricação tomaram decisões de terceirização baseados apenas em custos de produção e de trabalho. A logística não foi convidada para a festa. As empresas pensaram que poupariam 50%, mas acabaram economizando apenas 10% quando consideraram todas as variáveis da cadeia de suprimentos”, disse David Morgan, CEO da DW Morgan Co., conforme relatado por Inbound Logistics.

As empresas se esqueceram de incluir uma série de fatores na composição custo-benefício ao se moverem para o exterior, incluindo regulamentos, taxas de câmbio, roubo de segredos industriais, níveis de estoque, qualidade, custos de energia e tempo de recuperação.

Além disso, o dólar se depreciou frente a outras moedas, tornando mais barato produzir nos EUA. As taxas de remuneração por hora diminuíram um centavo de dólar em agosto sobre julho, o que representa uma taxa de crescimento mensal anualizada de -0,51%, segundo o website Ycharts.

“A rápida subida dos salários está fazendo a China e outros mercados de trabalho menos competitivos com os fabricantes dos EUA”, segundo um artigo de junho no website T. Rowe Price Investor.

Gastos de estímulo do regime chinês erram o alvo

“Os resultados estão em: Os estímulo chineses falham”, segundo um artigo de 10 de agosto no website da Fundação Heritage.

Verificando números da Agência Nacional de Estatística do regime chinês; em 2008, o plano de estímulo do Estado chinês de 4 trilhões de yuanes (585 bilhões de dólares) ao longo de um período de dois anos e, em 2009, outros 9 trilhões de yuanes (1,3 trilhão de dólares) para escorar a farra de empréstimos do setor bancário.

O pacote de estímulo do regime chinês não beneficiou a população, mas foi para projetos de infraestrutura, incluindo a construção da ponte marítima mais longa, aeroportos e ferrovias de alta velocidade, principalmente projetos aprovados pelo Estado. Além disso, os fundos só beneficiaram as empresas estatais, empresas que são burocráticas, corruptas e não orientadas ao lucro.

“Mas como os esforços de estímulo mostram, o governo [regime chinês] recorreu principalmente às empresas estatais e acabou tornando a vida da maioria das pessoas mais difíceis”, sugeriu o artigo da Fundação Heritage.

De acordo com um artigo de 14 de agosto do Seeking Alpha, o estímulo do regime chinês falhou porque o Estado chinês controla os gastos nos bastidores, em vez das forças de mercado e, portanto, ignora a teoria da produtividade.

“Basta olhar para as bolhas na China. O pacote de estímulo criou sua própria versão da bolha imobiliária, que realmente começou a estourar no ano passado, e agora incontáveis milhões de pessoas ligadas à indústria estão vendo seus rendimentos rangerem e emperrarem”, segundo o artigo do Seeking Alpha.

Outra perspectiva do déficit comercial EUA-China

Um artigo de 11 de agosto do Seeking Alpha afirma, “Mesmo que os EUA, como qualquer outro país em déficit comercial, pudesse exigir equilíbrio comercial segundo as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio], o governo Obama deixou o governo chinês manter de fora produtos norte-americanos através de uma grande variedade de barreiras tarifárias e não-tarifárias.”

Segundo relatos de especialistas de mercado, devido às barreiras comerciais impostas pelo Estado chinês, os produtores norte-americanos são forçados a fabricarem produtos na China e, mais frequentemente do que não, devem entregar informações de propriedade. Um caso em questão é a General Motors Co. que teve de entregar sua mais recente bateria elétrica e tecnologia de Cadillac para sua parceira, a montadora chinesa SAIC Motor Corp Ltd., pelo direito de vender carros elétricos e de luxo na China.

“Há relatos de imprensa frequentes sobre o crescimento mais lento nas exportações chinesas relacionados com a desaceleração global, mas pouca atenção sobre o declínio muito mais acentuado nas importações chinesas de manufaturados”, apontou um artigo recente no website da Aliança dos Produtores pela Produtividade e Inovação.

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