Farc usam redes da Al Qaeda para contrabandear cocaína em Sahel

10/12/2014 13:43 Atualizado: 10/12/2014 13:43

As Farc tentam contrabandear cocaína para a Europa através de Sahel, e para isso contam com as redes do Al Qaeda no Magrebe Islâmico Ativo (AQIM) na fronteira entre a Argélia, Mali e Mauritânia, divulgou segunda-feira (8) o diário marroquino Al Massae, segundo a agência EFE.

O jornal, que menciona um informe da polícia, disse que as Farc utilizam o Sahel como uma base para alcançar a Europa, após atravessar a Argélia e o Marrocos.

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Conforme a fonte, a AQMI cobra das Farc um “imposto” de 15% sobre o valor da cocaína para garantir a travessia segura através dos canais que comandam na ampla extensão de Sahel, que começa no Sahara Ocidental e chega até o norte do Mali através da Mauritânia e da Argélia.

Este presumido arranjo entre as Farc e AQIM já se concretizou em um mais agitado tráfico de armas na região, pretensamente provenientes da iniciativa do narcotráfico.

Os relatórios sobre a atividade de gangues de cocaína da América Latina na região não são novos e em setembro do ano passado, após a descoberta de um estoque recorde de 226 quilos de cocaína em uma estrada em Marrocos, a polícia alertou para a cumplicidade entre as redes de cocaína e haxixe.

As primeiras, de origem latino-americana, compartilham esconderijos de cocaína em alto mar em algum lugar não muito longe das Ilhas Canárias, com fardos de haxixe produzidos por contrabandistas marroquinos.

O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, disse que a informação fornecida pelo jornal marroquino não tem nada de novo.

“Não há nada de novo. Faz tempo que sabemos que as estruturas do grupo terrorista Farc, especialmente no leste da Colômbia, no Pacífico e na região de Urabá, mobilizam drogas para levá-las a outros países e, assim, obter financiamento para ações de violência contra o povo colombiano”, disse Pinzón, segundo o site Bluradio.