A mesa negociadora das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) apresentou no dia 2 de agosto uma lista de dez garantias para participar da política da Colômbia após a conclusão de um eventual acordo de paz com o governo, em negociação desde novembro em Cuba.
Para as Farc, trata-se de “garantir de forma eficaz, real e material os direitos políticos de todos os membros das organizações da guerrilha em rebelião contra o Estado”, segundo documento apresentando à imprensa pelo chefe da delegação da guerrilha nas negociações, Ivan Márquez.
“Em particular, trata-se do reconhecimento e das garantias para a participação política e social, incluindo os direitos a eleger e a ser eleitos, o direito a formar partidos e movimentos políticos e sociais”, diz o texto.
Os movimentos políticos que serão criados devem obter “uma incorporação direta no Conselho Nacional Eleitoral” e “garantias para a segurança dos seus dirigentes e militantes”, entre outros pontos.
Nos anos 1980, durante negociações de paz anteriores, as Farc criaram um movimento político, a União Patriótica (UP). Mais de 3 mil dos seus dirigentes, militantes e simpatizantes foram assassinados nos anos seguintes, entre os quais dois dos seus candidatos às eleições presidenciais.
Afastada da cena política em 2002, a UP recebeu no dia 9 de julho uma autorização do Conselho de Estado para apresentar novamente candidatos às eleições legislativas e presidenciais do próximo ano.
A guerrilha também exigiu um apoio financeiro do governo à nova formação política que sairá das Farc, “equivalente a 10% do total do financiamento político do Estado”, indicou Ivan Márquez.
O governo colombiano e a guerrilha concluíram no fim de maio um acordo sobre o primeiro e mais importante dos cinco pontos das negociações de um acordo de paz que decorrem em Havana, o desenvolvimento rural.
As duas partes tentam, desde então, negociar o segundo ponto, que diz respeito à participação na vida política após a conclusão de um eventual acordo geral.
Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Lusa
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