A Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB) da República Bolivariana de Venezuela, realizou na segunda-feira (12MAIO14), exercícios militares para testar os sistema de lançamento múltiplo de foguetes e artilharia recebidos nos últimos meses da Rússia. O exercício teve a presença do comandante do Comando Estratégico Operacional da FANB (CEOFANB), General Vladimir Padrino López.
Foram empregados os seguintes sistemas:
– BM-21 Grad (Granizo), foguete calibre de 122 milímetros;
– BM-30 Smerch (Tornado), foguete calibre de 300 miíimetros alcance de até 90 km (similar em performance ao SS80 do ASTROS II), e,.
– MSTA-S – Sistema de artilharia Autopropulsado, calibre 152mm.
“Estas son armas que no están apuntadas sobre ningún país ni objetivo alguno; solamente apuntamos sobre el objetivo que sea capaz de poner sus pies sobre nuestro territorio o sobre nuestro espacio aéreo”, afirmou o General Vladimir Padrino López.
“Os armamentos são de fabricação russa e 80% do pessoal, que operam os foguetes foram treinados na Rússia, com estágios de treinamento, de até 4 meses naquele país, dentro do acordo técnico-militar, que a Venezuela mantém com a Federação da Rússia, que também está relacionado àcooperação estratégica, treinamento e outros campos”, detalhou o Gen Padrino López.
O Comandante em Chefe do Exército Major-general Alexis López destacou: “esta es la artillería de más largo alcance que tiene el Ejército y que existe en Latinoamérica”, e anunciou que proximamente serão realizados exercícios com os veículos blindados 8×8 BTR-80, que são viaturas de transporte de pessoal, mas várias versões carregam variados tipos de armamentos: canhões, morteiros ou metralhadoras
As FANB deverão realizar três grandes manobras durante o ano de 2014, segundo o comandante do Exército.
Nas demonstrações também estiveram presentes membros das Forças Armadas da Colômbia, com a qual a Venezuela está trabalhando de forma conjunta contra o contrabando.
De acordo com Padrino, o novo armamento dará apoio às unidades de manobra, de modo a “destruir, neutralizar ou aniquilar” qualquer alvo. “São sistemas de batalha de última geração”, disse à imprensa e aos seus convidados, um grupo de militares colombianos.
Porém, o discurso maior estava voltado para o público interno da FANB e em especial um posicionamento político. As FANB são a real mantenedora do atual governo do Presidente Nicolás Maduro. Assim o Gen Padrino, o comandante e Ministro da Defesa de Fato pronunciou a seguinte declaração:
“Siempre que un país sostenga las banderas de la libertad, de la independencia y mantenga un Gobierno progresista que ponga sobre el epicentro de todo al ser humano siempre estará amenazado. Por eso, en estos últimos días la violencia política se ha expresado en este guarimbeo en algunos municipios del país y ha pasado a una segunda fase, más peligrosa y selectiva, la del golpe de Estado continuado”.
Explicou que ante estas ameaças a FANB e as ações de contrainteligência do Estado somam esforços para preservar a paz interna, missão que tem apoio do apoio do presidente da República, Nicolás Maduro, que tem direcionado significativos recursos para fortalecer a capacidades das Forças Armadas.
“El Presidente acaba de aprobar recursos para la infraestructura. Hemos atacado la situación desde todo punto de vista, de bienestar personal, equipamiento, y de adquisición de nuevos sistemas”, afirmou o chefe do CEOFANB.
O presidente Maduro aprovou a aquisição de um sistema de controle de tráfico marítimo, e outros equipamentos que serão anunciados proximamente, assim como a repotencialização de toda a frota antiga veículos blindados do Exército Bolivariano (integrada por AMX30, Cascavel, Urutu, Scorpion, AMX13).
Há poucos dias o presidente Nicolás Maduro autorizou o emprego de recursos no total de 560 milhões de Bolívares (Nota DefesaNet uma conversão para moeda forte é difícil porém podemos avaliar em 150 a 200 milhões de dólares americanos), para a construção de novas sedes para unidades táticas do Exército Bolivariano, para satisfazer as necessidades imediatas de infraestrutura militar nas regiões de: Táchira, Zulia y Amazonas.
Essa matéria foi originalmente publicada no DefesaNet