Ter buscado a ajuda da polícia certamente não teria ajudado: a sra. Li é uma praticante do Falun Gong – um grupo de pessoas perseguidas por suas crenças pelo regime comunista chinês desde 1999. Na verdade, ela tinha acabado de voltar para casa há um ano, depois de cumprir uma sentença de dois anos por apelar ao governo central em Pequim para parar a perseguição violenta contra a prática pacífica.
Plenamente consciente da brutalidade do regime, sua família sofre por seu misterioso desaparecimento e se preocupa com a segurança dela e seu paradeiro.
Quando a prática horrenda de extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong vivos foi trazida à público em março de 2006, a família da sra. Li ficou chocada e com muito medo. Sabendo que ela foi submetida a um exame físico completo, enquanto detida no campo de trabalho, eles continuaram se perguntando se seu ente querido fora assassinado por seus órgãos.
Do outro lado do planeta, na cidade de Nova York, o praticante do Falun Gong sr. Huang Wanqing preocupa-se com seu irmão sr. Huang Xiong, que desapareceu de seu apartamento em Xangai em abril de 2003.
“Estou muito preocupado com ele. Eu não quero pensar nele como possível vítima de um crime tão cruel de extração forçada de órgãos. Mas há anos, apesar da ajuda da ONU e do governo dos Estados Unidos para encontrá-lo, eu ainda não sei onde ele está”, disse Huang.
“A última vez que nos falamos foi pelo telefone, ele me disse que a polícia estava procurando-o. Eu nunca ouvi falar dele desde então”, lembrou o sr. Huang.
Principais alvos da extração forçada de órgãos
Quando praticantes do Falun Gong são presos, eles muitas vezes se recusam a revelar seus nomes à polícia para proteger sua família, que poderia ser implicada na perseguição.
Como resultado, são indivíduos saudáveis sem identidade. Num país carente de um sistema estabelecido de doação de órgãos, mas com grande demanda por órgãos transplantados, estes “praticantes do Falun Gong não identificados” tornaram-se o principal alvo para a extração forçada de órgãos.
Quando o ex-presidente chinês Jiang Zemin lançou a perseguição ao Falun Gong, ele prometeu “arruinar sua reputação, levá-los a falência e destruí-los fisicamente”. O assassinato de praticantes presos por seus órgãos está em consonância com o terceiro princípio desta política.
434 praticantes desaparecidos
De acordo com dados coletados pelo site Minghui, até agora, 434 desaparecimentos foram confirmadas durante os 15 anos de perseguição.
Devido ao rígido controle de informação do regime comunista, este número possivelmente está subestimado em relação ao verdadeiro número de praticantes desaparecidos.
De acordo com Ethan Gutmann, um jornalista investigativo e especialista em China, cerca de 65.000 praticantes foram assassinados por seus órgãos até 2008.
Quando o Partido Comunista da China anunciou que iria acabar com a extração forçada de órgãos de prisioneiros executados em dezembro de 2014, muitos veem como uma tentativa de apaziguar as críticas internacionais e encobrir as atrocidades.
Para obter uma lista completa dos 434 praticantes do Falun Gong desaparecidos, por favor, consulte o relatório original em chinês.